Norival de Almeida Silva, presidente do Sindicam-SP (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo), afirmou em comunicado que mais de 23 entidades representantes dos transportadores autônomos, em todo Brasil, estão discutindo a organização de “um protesto nacional contra as restrições exageradas e outros desmandos que afetam o transportador autônomo, nas grandes cidades”.
Ele destaca que “caso isso ocorra, um produto que deverá ser despachado para São Paulo, poderá ficar na origem, pois o motorista autônomo poderá não fazer esse frete, por ser desinteressante”, antecipa Norival, para concluir: “o mesmo poderá acontecer com um produto que saia de São Paulo e vá para uma cidade que tenha restrição”.
O líder sindical destaca ainda que a manifestação da categoria em São Paulo atingiu de imediato o objetivo. “Nossa estratégia foi parar principalmente o segmento de transporte de combustível durante três dias. Assim o desabastecimento do produto viria de imediato, chamando a atenção das autoridades do município. Além de alertar as autoridades das demais cidades que estão implantando a restrição a caminhões, como a região do ABCD e Osasco”, afirma.
O fornecimento de combustíveis foi interrompido na segunda-feira (05/03) devido aos protestos dos motoristas autônomos contra a proibição de circular pela Marginal Tietê e outras vias importantes da cidade nos horários de maior movimento de tráfego. A operação dos caminhões-tanque só foi retomada plenamente no início da madrugada de hoje (8).
“Tínhamos poucas opções: ou parávamos as principais vias por horas ou dias; ou trabalharíamos para o desabastecimento da cidade. Decidimos pela segunda opção, pois dessa forma não haveria arruaça”, explica.
No município, mesmo com a retomada das operações, os caminhões-tanque que abastecem os postos de combustíveis vão trabalhar até domingo (12/03) para que os paulistanos não sofram, na semana que vem, com o desabastecimento.
Greve em MG – Uma paralisação de pouco mais de 12 horas dos motoristas que transportam combustíveis durante a manhã de ontem (08/03), foi suficiente para tumultuar a rede de distribuição de Minas Gerais. O Sinditanque, entidade que representa a categoria, anunciou que os cerca de 800 caminhões que entregam combustíveis aos 4.140 postos do Estado estavam em greve desde a 0h.
A categoria protesta contra a alta na alíquota do ICMS do diesel, que, há alguns meses, subiu de 12% para 15%. Segundo José Geraldo de Castro, diretor do Sinditanque, o custo do diesel para os transportadores já supera 50% do custo total do transporte. Antes do aumento do ICMS, ele diz, o percentual era de 35%. A categoria não deixa, no entanto, de reclamar da restrição da BHtrans ao tráfego na região central da cidade das 7h às 20h e, nos grandes corredores, das 9h às 12h e das 17h às 20h.
Foi só a informação começar a circular para provocar uma corrida aos postos. Como o estoque dos postos é suficiente para, no máximo, dois dias de funcionamento, o medo era que a greve secasse as bombas e provocasse um transtorno incalculável, tendo em vista o que aconteceu em São Paulo nos últimos dias. Não há balanço de quantos postos ficaram sem combustível em Minas, mas Belo Horizonte, Barbacena, Montes Claros e Divinópolis foram as cidades mais prejudicadas, segundo o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais).

Com informações do jornal O Tempo e Agência Brasil