Exame colheu amostra de urina de 102 motoristas na BR-163, em MS

Um teste realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-163, em Mato Grosso do Sul, aponta que 13% dos motoristas de caminhão que trafegam pela via consomem algum tipo de droga para cumprir as jornadas de trabalho a que são submetidos. A amostragem foi feita por meio de exame de urina e contou com a participação de 102 carreteiros. Do total de condutores que consomem substâncias ilegais, 61% das amostras deram positivo para o uso de cocaína.

A PRF acredita que dos mais de 5 mil estradeiros que circulam por dia pela BR-163, no Estado Sul-Matrogrossense, cerca de 600 rodam sob efeito de drogas. Roberto Sinai, membro do Sindicargas, diz que o índice é alto e preocupante. “O sindicato vai buscar, junto ao Ministério do Trabalho e aos policiais que fiscalizam a rodovia, soluções para o combate deste tipo de consumo. Não é interessante para o empresário, nem para o autônomo e muito menos para o trabalhador que se faça uso dessas anfetaminas que podem causar acidentes no trânsito\”, afirma o sindicalista.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, um bitrem carregado pode pesar até 100 toneladas e, com um veículo desse porte, qualquer acidente é grave. Ainda segundo a PRF, sete primeiros meses deste ano, motoristas de caminhão se envolveram em 678 acidentes. Destes, 13 morreram e 124 ficaram feridos. O levantamento dos inspetores da Polícia concluiu também que 60 condutores dormiram ao volante.

Para o presidente da comissão dos advogados criminalistas da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul, Luís Carlos Saldanha Júnior, os carreteiros são vítimas de um sistema trabalhista imposto pela logística arcaica do País.

“É necessário que haja um controle efetivo por parte do governo. Há vários países onde fazem um controle mensal e até anual destes motoristas. Eles se submetem a exames periódicos que vão indicar o uso de drogas. Se for detectado, eles são encaminhados para tratamento”, explica ele.

Do G1