Pelo menos uma vez por mês rodovias da região têm este tipo de ocorrência
Dezenas de pessoas cometem saques coletivos em acidentes de trânsito nas rodovias da região do Vale do Itajaí/SC sem se dar conta que é crime e que estão desrespeitando as vítimas
Nesta semana, por exemplo, em menos de duas horas restavam pelo acostamento apenas algumas centenas dar carga de 30 mil garrafas de refrigerante transportadas por um caminhões que tombou BR-470. Houve quem buscasse refrigerantes de carrinho de mão e até um carro de prefeitura foi flagrado com litros de bebida.
Das embalagens que custam pouco mais de R$ 3 nos supermercados, ficaram no chão somente as garrafas que arrebentaram na colisão frontal entre um caminhão e um automóvel. O motorista, morreu e ainda estava preso às ferragens quando moradores do entorno e pessoas que passavam pela rodovia começaram a saquear as embalagens espalhadas pelo chão.
A imagem é uma amostra do que acontece ao menos uma vez por mês na rodovia, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A professora do Departamento de Psicologia da Furb e doutora em Psicologia Social Catarina Gewehr, explica que este comportamento é resultado da imitação de ações, ignorando a consequência. “É o Maria vai com as outras. E como o texto da lei não consegue inibir, escorregamos para a situação não permitida pela lei, porque não há punição”.
O chefe da Central de Polícia de Blumenau, Bruno Effori, explica que as pessoas só podem levar cargas do local com consentimento prévio e sem uso de violência. “É furto se não houver autorização. A penalidade aplicada pode ser de até dois a oito anos de reclusão, pela característica de multidão do saque”.
O inspetor da PRF, Claudir Beninca, explica que o trabalho dos agentes é registrar um boletim de ocorrência e encaminhar vídeos e imagens do saques para a Polícia Civil.
Diário Catarinense