Do caminhão a gasolina à conectividade ou movidos a diesel, passou pela crescente especialização dos veículos para diversas aplicações, a valorização do feedback dos clientes e a integração de sistemas de monitoramento remoto são fatores cruciais que impulsionaram a evolução do transporte rodoviário de cargas. 

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No início da década de 1970, os caminhões eram mais ou menos assim: cabines apertadas e quentes, os motores barulhentos e de baixa potência em comparação com os atuais, e os bancos com pouco conforto. A direção hidráulica, ar-condicionado, retrovisores e janelas com vidros elétricos, assim como um rádio na cabine, eram luxos inexistentes na rotina dos motoristas mesmo nas longas distâncias.

 

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A indústria também não oferecia como hoje a variedade de veículos comerciais específicos para cada tipo de operação. O caminhão era essencialmente um “carrega tudo”, um verdadeiro “pau pra toda obra”. Muitos modelos leves e médios ainda utilizavam motor ciclo Otto (a gasolina), mas a disparada do preço desse combustível devido à crise do petróleo, em 1973, impulsionou o diesel como uma alternativa mais viável para o transporte, levando ao crescimento da produção nacional de motores alimentados por esse combustível.
A transição da gasolina para o diesel foi relativamente rápida. Contudo, entre 1960 e 1970, o uso de motores a diesel já estava em ascensão, especialmente nos caminhões pesados destinados a viagens mais longas. Apesar disso, a maioria dos modelos leves e médios ainda rodava com gasolina.

Do caminhão a gasolina à conectividade: busca por rentabilidade acelerou mudanças no setor

do caminhao a gasolina a conectividadeEntre as opções a diesel disponíveis naquele período, a Mercedes-Benz se destacava com o modelo cara-chata L 312 e os modelos cabine bicuda da série LP. A Scania, com sua já estabelecida tradição em motores a diesel, oferecia caminhões como os modelos L e LS, que ganharam fama pela potência e confiabilidade, especialmente em operações mais pesadas.
Havia também os populares FNM D-11000 e FNM 2150, ambos movidos a diesel e produzidos pela Fábrica Nacional de Motores, localizada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Em 1968, a FNM foi adquirida pela Alfa Romeo, que continuou a produzir seus modelos até a incorporação da marca pela Fiat, em 1976.

do caminhao a gasolina a conectividadeA Volvo também tinha caminhões importados circulando no Brasil. Embora o volume fosse menor em comparação com fabricantes já instalados no País, como Mercedes-Benz, Scania e FNM, a marca sueca era reconhecida pela qualidade de seus veículos. Modelos como o L48, L49 e L50, importados da Suécia, eram vistos como caminhões robustos, duráveis e confiáveis.
A crescente busca por rentabilidade naturalmente acelerou outras mudanças no setor, definindo não apenas as diferentes categorias de caminhão e suas aplicações específicas, mas também a implementação de um maior controle da operação. O serviço pós-venda e o atendimento 24 horas, sete dias por semana, por exemplo, ganharam maior importância, tornando-se inclusive um fator crucial na decisão de compra.

Do caminhão a gasolina à conectividade: nova era do transporte

A partir da década de 1980, a globalização ganhou destaque, e com a abertura de mercado no início dos anos 1990, os veículos foram se tornando cada vez mais equiparados tecnologicamente. A chegada da eletrônica embarcada trouxe mudanças significativas aos motores e à manutenção, inicialmente preventiva e, posteriormente, preditiva marcaram uma nova era ao transporte rodoviário de cargas.
Os fabricantes de caminhões também intensificaram a prática de ouvir as sugestões e dicas de frotistas e motoristas sobre soluções para aprimorar os veículos para operações específicas.A Volkswagen foi uma das pioneiras pioneira ao enfatizar o conceito do “caminhão sob medida”, com foco na satisfação tanto do motorista quanto do frotista. Anos depois, a Mercedes-Benz lançou a campanha “as estradas falam, a Mercedes escuta”, com o mesmo objetivo de atender plenamente o cliente.

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Atualmente, para desenvolver veículos mais eficientes, seguros e adequados às necessidades do transporte, os fabricantes buscam frequentemente o feedback de quem utiliza os caminhões diariamente.Transportadores e motoristas contribuíram e contribuem significativamente com sugestões para o espaço interno da cabine, bancos mais confortáveis com múltiplas regulagens, melhor disposição dos comandos e isolamento acústico aprimorado etc.

Hoje, com a conectividade proporcionada pelos sistemas de gerenciamento de frota e telemetria, a busca pela redução de custos se dá através do monitoramento em tempo real do consumo de combustível, localização, desempenho do motorista e necessidades de manutenção. Além disso, esses sistemas podem ser constantemente atualizados de acordo com as demandas dos clientes.

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