Pesquisa CNT de Rodovias demonstrou que a falta de infraestrutura pode gerar aumento de despesas como manutenção, acidentes e impactos ambientais. Afinal, quando um veículo trafega em uma estrada com infraestrutura adequada tem maior eficiência energética e assim emite menos gases de efeito estuda. Sem contar no valor do frete que também é automaticamente impactado. 

Estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) com dados da Pesquisa CNT de Rodovias, indicou que o pavimento inadequado da malha viária — classificado como regular, ruim ou péssimo — aumenta em 5,0% o consumo de diesel dos veículos que por ela trafegam, em comparação às rodovias de boa ou ótima qualidade. Os pavimentos que apresentam inadequações como trincas, ondulações, buracos resultam em uma queima de combustível fóssil desnecessária e aumentam a emissão de gases poluentes.


Conforme descrito na Pesquisa CNT de Rodovias, para atingir a neutralidade de emissões pretendida até 2050, conforme previsto nas Contribuições Nacionalmente Determinadas do Brasil é fundamental que haja investimentos na adequação das rodovias, a fim de torná-las mais seguras, eficientes e competitivas, auxiliando, o setor de transporte no seu processo de descarbonização.
Outro ponto é que as irregularidades nas rodovias obrigam os motoristas a realizarem frenagens frequentes, resultando em mudanças bruscas de velocidade, o que acarreta o consumo excessivo de combustível. Além disso, reduz a vida útil dos veículos e também de seus componentes como pneus e suspensão. Isso porque, o aumento de trepidações gera vibrações no veículo.

Falta de infraestrutura resulta em aumento de custo para transportadores 

Problemas relacionados ao pavimento interferem diretamente no custo dos transportadores pois aumentam o consumo de combustíveis por quilômetro, à lubrificação, ao desgaste do veículo, de suas peças e pneus e a gastos com lavagem. Elevam, também, o custo total médio dos transportadores, pois diminuem a velocidade dos veículos, reduzindo o número de viagens feitas por ano e, portanto, aumentam o custo total por viagem.
Estima-se que o estado Péssimo do Pavimento pode quase dobrar o custo operacional do transporte rodoviário de cargas. Assim, país gasta mais do que deveria para transportar seus insumos, bens de produção e bens de consumo por rodovias, apenas em razão de problemas no pavimento.
Apesar da CNT reconhecer os esforços que vêm sendo realizados para transformar o cenário rodoviário nacional, acredita ser necessário ampliar os recursos e o orçamento destinados às rodovias brasileiras. A partir dos dados levantados na Pesquisa, a Confederação estima que o investimento necessário para a reconstrução, restauração e manutenção do pavimento corresponde a R$ 99,7 bilhões.

Infraestrutura: qualidade das rodovias tem pequena melhora
Dados divulgados pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e pelo Sest Senat, através da Pesquisa CNT de Rodovias 2024, que avaliou 111.853 quilômetros de vias pavimentadas (67.835 quilômetros da malha federal (BRs) e 44.018 dos principais trechos estaduais) indicaram uma pequena melhora na qualidade das estradas. Do total de rodovias analisadas 7,5% foram classificadas como ótimas, 25,5% como boas, 40,4% como regular, 20,8% ruim e 5,8% péssimo.
A classificação do Estado Geral compreende três principais características da malha rodoviária: o Pavimento, a Sinalização e a Geometria da Via. Levam-se em conta variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes.

Leia mais
Excesso de cargas: principais riscos e infrações