O excesso de carga ainda é comum nas estradas do País. A prática, apesar de trazer vantagem para as empresas, é ilegal, compromete a habilidade do motorista, danifica o caminhão, aumenta o risco de tombamento e de desgaste das rodovias, além de multas e atraso nas entregas. Os principais fatores que levam caminhoneiros e transportadores a se arriscarem é reduzir custos, melhorar a produtividade e otimizar o tempo para atender prazos apertados e a busca por maior lucro. A falta de fiscalização também contribui para alimentar esse comportamento perigoso.
Um dos problemas de conduzir com excesso de carga é a multa. Até 600 kg a infração é considerada média e o valor é de R$ 130,16; de 601 a 1000 kg, infração grave e multa de R$ 195,23 e, por fim acima de 1001 kg, infração gravíssima e multa de R$ 293,47, aplicado a 500 kg de excesso.
A mecânica do caminhão é outro ponto importante a ser considerado ao exceder a carga. Todo caminhão é projetado para transportar um certo limite de peso. Ao ultrapassar esse valor o motorista corre o risco de ser surpreendido a qualquer momento na estrada e ter um prejuízo que pode comprometer o seu faturamento.
O fato do motorista exigir mais do caminhões por estar mais pesado, alguns componentes como os pneus, transmissão e freios podem ser comprometidos. Assim o tempo de indisponibilidade do veículo é ampliado já que precisará de mais paradas para consertos e revisões.
O excesso de peso superaquece os freios quando acionados, reduzindo a eficiência e aumentando o tempo de frenagem. Além disso interfere na integridade dos pneus, dos chassis, dos engates e do próprio implemento, tornando maior o risco de colisão e tombamento da carga.
Outro ponto é o fato das seguradoras não ressarcirem no caso de acidente envolvendo um veículo com excesso de carga.
Excesso de carga compromete a qualidade das rodovias
Além de comprometer a segurança, caminhões com excesso de peso prejudicam a qualidade das rodovias do País. Como o peso fica mal distribuído nos eixos o impacto no solo é maior. A consequência são os buracos, rachaduras e desníveis situações que prejudicam o transporte e tornam as viagens mais demoradas e com segurança reduzida.
A má qualidade das rodovias também contribuem para reduzir a vida útil dos pneus e outros componentes, aumentando a incidência de acidentes e quebras de caminhões. Em dias de chuva pode ocorrer acúmulo de água e provocar a aquaplanagem e tombamentos.
O excesso de carga prejudica também o meio ambiente. O peso maior força o motor a trabalhar em uma rotação mais alta o que aumenta o consumo e a queima de combustível gerando maior emissão de gases poluentes no ar.
O fato do caminhão exigir maiores rotações para movimentar o peso excedente ele sai, automaticamente, da faixa ideal de eficiência energética. Assim,, nessas condições, é necessário um consumo de combustível maior para se conseguir um ganho pequeno de velocidade.
No caso de trechos de subida, trânsito lento, obstáculos na via ou curvas, o caminhão será ainda mais exigido e, consequentemente, aumentará o consumo.
E, por fim, o excesso de carga pode comprometer a execução de curvas e manobras mais delicadas e consequentemente pode provocar desequilíbrio e o tombamento tanto dos produtos quanto do veículo.
Isso porque, o sobrepeso interfere nos parâmetros para os quais o caminhão e o implemento foram projetados. Dessa forma a estabilidade, a capacidade de frenagem e a aderência dos pneus à pista, ficam comprometidas.
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