O curioso título acima refere-se a um anúncio de página dupla da Chevrolet publicado na edição número 19 da Revista O Carreteiro, em setembro de 1973. Em outro anúncio, de março do mesmo ano, a propaganda dizia “não pague 32% a mais por um caminhão diesel, se você não tiver certeza de que precisa de um caminhão diesel”. As peças publicitárias – veiculadas num período de transição dos caminhões com motor a gasolina para o diesel – tinham como objetivo mostrar aos leitores as vantagens de operar com caminhão equipado com motor a gasolina em certas aplicações.
A publicidade destacava que a fabricante – a General Motors – nada tinha contra os veículos de carga com motor diesel, inclusive porque ela também os fabricava, mas dizia claramente: “os caminhões diesel não eram a resposta para todos os problemas do transporte, como se apregoa por aí”.
Na sequência, lia-se o seguinte: “este anúncio pretende vender as utilizações de um caminhão a gasolina e, sem falsa modéstia, a do melhor caminhão a gasolina fabricado neste País, o Chevrolet C-60. Um caminhão que começa a dizer a que veio pelo seu custo inicial: 32% mais barato do que o próprio Chevrolet diesel e 66% abaixo do custo inicial de um Mercedes-Benz L-1113”.
Como se tratava de um texto longo, a esta altura o leitor era convidado a ler o anúncio até o fim antes e fechar a primeira parte do anúncio fazendo a seguinte advertência: “não compre um diesel por engano, este engano pode sair bem caro”. A primeira justificativa para o transportador comprar um caminhão a gasolina dizia que o produto garantia um custo inicial e operacional mais baixo do que qualquer diesel desde que a quilometragem mensal rodada pelo veículo não excedesse 5 mil km, em percursos diários de 100 a 500 km. “O mesmo acontece no transporte urbano de entregas: gás, bebidas, materiais de construção, coleta de lixo etc”.
“Mas não é só isso, prosseguia o anúncio: serviços gerais fazenda; tanque para transporte de líquidos; manutenção e construção de rodovias e ruas; basculantes; transporte de alimentos perecíveis, de malotes, correspondência, jornais e revistas; extração e transporte de madeira; furgões etc são mais algumas aplicações onde um caminhão a gasolina é mais vantajoso do que um diesel”. E arrematava: “Já que o melhor é um caminhão a gasolina, fique com o melhor caminhão a gasolina: Chevrolet C-60″.
A seguir, o texto falava do motor Chevrolet 261 de seis cilindros em linha e regime de baixa rotação “com perfeito sistema de refrigeração e carburação”. O anúncio não dizia, mas este motor de 4,28 litros gerava 151cv de potência e caixa de transmissão de 4 velocidades ou 5 marchas opcional. O PBT de 9.300kg podia chegar a 10.700kg, dos quais cerca de 6.000 eram carga líquida. O anúncio dizia também que veículo contava com assistência técnica em mais de 300 concessionários e oficinas autorizadas.
Gasolina, diesel e álcool
D evido ao aumento do petróleo e o subsídio ao diesel, os motores para caminhão movidos a gasolina começaram a deixar de ser produzidos no início dos anos 70. Na ocasião, a General Motors já oferecia o seu caminhão nas duas versões, C e D. O propulsor a diesel de seis cilindros, o 3567, era produzido pela Perkins. A GM produziu também o D70, modelo com maior capacidade de carga, rodas raiadas e motor com maior potência e terceiro eixo. Em 1980 a montadora chegou a produzir uma outra versão com motor a álcool denomina D60A, mas não teve sucesso.