Um dia viajando para o Norte, aconteceu uma coisa muito engraçada e ao mesmo tempo de dar medo a qualquer um . Viajei um dia inteiro e quando chegou a noite, fui a procura de um posto de beira de estrada, para descansar um pouco. Depois de ter um bom banho, chegou a hora de uma boa soneca. Mas, antes de entrar na boléia, fui bater um papinho com os caminhoneiros que ali também estavam.

Conversa vai, conversa vem, chegou a hora de saber a carga era levada por cada um de nós. A minha era de sementes de capim para fazendas, um colega transportava madeira e um outro levava carvão. Entre, tinha um carreteiro que não parecia disposto a falar o que transportava em seu baú. Todos insistiam em lhe perguntar, mas ele só respondia: “não levo nada, meu caminhão está vazio.”

Diante de sua resposta, fiquei curioso e pensei: “vazio, mas como se ele antes disse que tinha dia e hora  marcada para chegar.” Depois de alguns minutos os outros caminhoneiros decidiram ir dormir, mas eu continuei papiando  com o cara do “baú vazio”. E foi quando ele me disse: “agora, que estamos sozinhos, vou te mostrar a minha carga”. Abriu a porta de trás do baú, puxou algumas gavetas e me falou que eram corpos humanos congelados  que ele estava levando para uma faculdade de medicina. Fiquei assustado, a ponto de arrepiar até os cabelos, mas procurei não demonstrar nada. Afinal, o que ele iria pensar de mim. Muito desapontado, pensando em ter que dormir perto daquilo tudo, disfarcei um pouco e disse a ele que estava me esquecendo que tinha de estar na próxima cidade naquele dia e com urgência. Me mandei rapidinho, pois dormir perto de defunto só depois de morto.