Dados da Anfir – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários – mostrou que a indústria de implementos rodoviários registrou queda de 36,22% no primeiro bimestre do ano. O setor entregou nos dois primeiros meses 9.440 unidades – sendo 3.528 do segmento de pesados (reboque e semirreboques) e 5.912 do Leve (carroceria sobre chassi) – contra 14.802 unidades em 2015. As previsões da associação não são animadoras e indicam resultados ainda mais baixos.

Segundo cálculos da entidade se for mantida a média mensal atual de emplacamentos de 4.720 unidades, em 2016 a indústria deverá entregar ao mercado 56.640 unidades sendo 21.168 do segmento Pesado e 35.472 do Leve. Isso representará retração aproximada de 36% sobre um dos piores anos da história do segmento. “Não se trata de uma previsão mas sim de constatação matemática. Se nada for feito teremos mais um ano de retração forte”, afirma Alcides Braga, presidente da ANFIR. Inicialmente a entidade estimava que o resultado de 2016 repetiria o desempenho do ano anterior. Porém a projeção feita a partir da média mensal de emplacamentos pode mudar o quadro.

Para Braga o governo deve incentivar a atividade por meio de leilões de concessão, por exemplo, porque não implica em gastos e ainda geram divisas para o caixa da União. Segundo a entidade a atual modalidade de crédito oferecida pelo programa BNDES/FINAME é adequada às operações da indústria, “mas poderia ser melhor”, diz o executivo. A regra para este ano é a seguinte: a parcela financiável do bem com dinheiro público é de 80% para pequenas e médias empresas e 70% para as grandes empresas. A taxa anual de juros praticada nos financiamentos é a TJLP mais o spread do BNDES de 1,5% e o do banco comercial que varia conforme o risco do tomador.