Um dos assuntos mais comentados e preocupantes do momento é a falta de motorista nos EUA. Para se ter uma ideia, 40% dos motoristas que trabalham por lá são estrangeiros, sendo 32% da América Central (México), 14% da Ásia e 11% da América do Sul.

Mas antes de você pensar em fazer as malas e tentar uma oportunidade nos Estados Unidos é preciso conhecer os motivos dos jovens estarem se desinteressando pela profissão.

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De acordo com as estatísticas do governo um motorista recebe em média um salário anual de US$ 42 mil  (equivalente a R$ 156 mil). Porém por conta da falta de motoristas no País muitas empresas estão aumentando essa média em até 15%.Já dados divulgados pela Bloomberg Intelligence mostram que um motorista autônomo pode ganhar US$ 250 mil ao ano, ou seja, cerca de R$80 mil mensal se o mesmo cálculo fosse aplicado no Brasil. Mesmo assim, os valores não estão sendo suficientes para atrair mais profissionais.

De acordo com as Associações Americanas de Transporte por Caminhões (ATA) faltam aproximadamente 51 mil motoristas adicionais para atender à demanda, por exemplo, de empresas como a Amazon e o Walmart, que estão enviando mais mercadorias para todo o país.

Já dados do Departamento de Censo dos Estados Unidos estima que essa escassez seja de 65 mil motoristas com previsão pouco animadora de 180 mil para os próximos 10 anos.

Os principais fatores que desanimam os jovens a ingressarem na profissão são  as exigências físicas e o tempo que passam longe de casa. Geralmente os motoristas trabalham é 60 horas semanais.

Problema antigo no País

 Em 2000, a Revista O Carreteiro fez uma matéria especial com os motoristas que atuam no País. Na época, cerca de 10% dos caminhões acima de 24 toneladas estavam parados no país, porque o carreteiro não queria mais ficar uma semana fora de casa e estava trocando de profissão.

Um dos motoristas entrevistados na época e que preferiu se identificar apenas como Plaifiel, trabalhava cinco dias por semana, rodando 200 milhas/dia. Ele admitiu que não tem medo de perder o emprego, porque é muito fácil arranjar outro para ganhar salário de até 40 mil dólares/ano.

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Já o casal Mike e Kim Muphy, do Estado do Tennessee, disse na época qe viajava sempre junto transportando cargas para uma companhia de alimentos. Com os filhos já casados, chegavam a ficar um mês na estrada se revezando ao volante do Kenworth 2000 de sua propriedade.

Mike e Kim abasteciam o bruto em um parada de caminhão (truck stop)  localizada em um anel de ligação à rodovia 65 (Chicago- Miami).

Há 19 anos, o combustível já representava a maior despesa no transporte de cargas nos Estados Unidos. Muitos autônomos tiveram de vender o caminhão por conta do preço alto. Foi o caso de Anthony, um carreteiro do Missouri que transportava doces e comidas para cachorro e chegava a ficar entre quatro e seis semanas na estrada. Ele afirmou que muitos profissionais passaram o bruto para a frente e foram trabalhar para transportadora.

E já preocupados com a falta de motoristas, naquele período os transportadores dos Estados Unidos já começaram a colocar em suas frotas caminhões com transmissão automatizada, porque sem ter trocar marchas é muito mais fácil dirigir os veículos de carga. Principalmente no país, onde na época a grande maioria da frota em atividade era equipada com caixa de transmissão sem anel sincronizadores, a conhecida caixa seca, que exige motorista experiente para operá-la

O que é preciso para se tornar motorista nos EUA

 Agora que você já teve uma ideia de como está as expectativas nos Estados Unidos e leu o depoimento de alguns motoristas vamos entender o que é preciso para tentar a profissão por lá.

Entender a nova cultura – antes de se aventurar em outro país é preciso se preparar para trabalhar por lá. O primeiro passo é procurar um curso de inglês para aperfeiçoar a língua. Depois é preciso se informar um pouco sobre as leis, regras e direitos civis para não ter nenhum tipo de problema com a justiça de lá.

Legalidade – é muito importante ingressar no país de maneira legal, ou seja, conseguir um visto ou o Green Card. Muitas vezes é preciso atuar em outras áreas antes de conseguir a carteira profissional que permite trabalhar com caminhão. Vale lembrar, que a CNH brasileira só é válida para turismo e a carteira de motorista só é fornecida para quem possui visto de permanência no país para trabalho ou o Green Card.

Enviar currículo – muitos motoristas têm a expectativa de conseguir uma oportunidade enviando currículo. Mas, muitas vezes, as empresas nem olham e chegam a deletar. O ideal é ter um contrato de trabalho que reduz o tempo de espera para obtenção de autorização para imigração.

 

Vamos aos custos – além de toda a documentação migratória o profissional que deseja atuar nos Estados Unidos deve se preparar para outros custos. Entre ele o para obtenção da carteira motorista comercial, a CDL License que varia de acordo com o estado. Na Florida, por exemplo, os valores variam entre US$ 1.500,00 e US$ 8 mil.

É preciso analisar todos os fatores antes de se aventurar em outro país. Estar informado sobre as principais diferenças com o transporte no Brasil é um bom começo. Outra sugestão é conversar com algum colega que esteja passando por essa experiência.