A Scania já está produzindo e vendendo caminhões a gás no mercado brasileiro. Depois da entrega das primeiras 04 unidades no final de maio, para duas grandes transportadoras, a montadora anunciou hoje (04 de junho) a venda de 18 unidades com motor a GNV para a Pepsico, uma das maiores empresas mundiais do segmento de alimentos e bebidas.
A aquisição incluiu 10 cavalos mecânicos G 340 4×2 e 8 G410 6×2, todos equipados com tecnologias da marca e vão rodar por todas as regiões do Brasil a serviço da empresa.
Entre as vantagens destacadas para o caminhão Scania a gás estão o menor custo de operação, com até 7% menos no custo do quilômetro rodado; motor 20% mais silencioso que o movido a diesel, e 15% menos de emissões de CO2.
A Pepsico recebeu um caminhão Scania para demonstração em novembro do ano passado. A aprovação da viabilidade de operar com caminhão movido a gás veio após o veículo ter passado por vários testes e provas em diferentes condições reais de operação.
O diretor de operações da Pepsico Brasil, Eduardo Sacchi, disse que o período de testes foi fundamental para a empresa obter resultados efetivos e uma decisão de compra assertiva. O executivo destacou como pontos positivos a alta redução na emissão de poluentes e a diminuição de ruídos do motor.
“Também foram consideradas na avaliação rotas com maior equilíbrio de custos e disponibilidade para reabastecimentos”, adicionou. Outra opção da empresa em relação a veículos menos poluentes, Sacchi adiantou que neste ano a Pepsico começa a operar com 10 caminhões médios elétricos.
“Temos o orgulho de anunciar medidas concretas, que se somam às outras que já possuímos, para contribuir consideravelmente para atingirmos a nossa meta global de redução em 20% das emissões de CO2 até 2030”, completou o executivo.
Silvio Munhoz, dieretor de vendas e soluções Scania, destacou que os motores dos caminhões foram desenvolvidos para funcionar com gás e não apenas uma adaptação do ciclo diesel para o ciclo Oto.
Por conta disso, os propulsores têm garantia de fábrica. Munhoz disse que não há dúvidas de que a eletrificação também está no futuro dos caminhões, mas o gás é uma alternativa que pode ser oferecida agora no Brasil. “O gás é prioridade porque é economicamente viável”, acrescentou.
O vice-presidente das operações comerciais da Scania Brasil, Roberto Barral, lembrou a eletricidade também é uma alternativa para o transporte, pois a empresa tem vários projetos com clientes na Europa. “A eletrificação vai chegar no Brasil também, mas ainda teremos de esperar um pouco mais”, complementou.
O preço do caminhão movido a gás é 30% superior ao do modelo diesel, mas os executivos da Scania afirmam que o tempo do retorno depende da quilometragem e que se trata de um investimento que economicamente se paga, sem contar os ganhos ambientais.
“A diferença de preço, segundo Munhoz, se deve ao custo dos equipamentos importados, como os tanques de gás, por exemplo, cujos cilindros são produzidos com o mesmo usado usado em ogivas de mísseis. “É aprovado pelo Inmetro e até mais seguro que o tanque de diesel, pois além da resistência existem três válvulas de segurança. E se houver vazamento, o que é praticamente impossível de acontecer, o gás dissipa no ar”, justifica.
De acordo com Munhoz, dentro de um ano ou até menos, alguns dos componentes para o caminhão a gás poderão produzidos no Brasil, especialmente o tanque, o qual já vem sendo trabalhado para ser nacionalizado. “Temos fabricantes no Brasil, mas dependemos de volume”, explica.
Os caminhões Scania a gás são indicados para operações rodoviárias de médias e longas distâncias. Um tanque de GNV dá para rodar até 500 quilômetros; com GNL, gás natural liquefeito (a Scania tem duas unidades em testes) a autonomia sobe para 1.100 quilômetros.