VM no CanavialParceria entre a Volvo e a área técnica da Usina Usina Santa Terezinha, na região de Maringá/PR, com o objetivo de aumentar a produtividade no transbordo de cana-de-açúcar, resultou no desenvolvimento de um VM otimizado para puxar composições nos canaviais até composições maiores, em substituição ao trator. A Versão adaptada pela montadora é o VM 270 6X4 e até o início deste mês já havia mais de 60 unidades em operação nos canaviais da usina.

Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil, destaca que o veículo se tornou a solução ideal no transbordo de cana-de-açúcar, pois com as adaptações o veículo faz manobras mais rápidas, garantindo mais agilidade na lavoura.  “O VM também tem um custo de aquisição menor, velocidades maiores, e consumo de combustível menor em relação aos tratores agrícolas que tradicionalmente puxam um implemento para receber a cana ao lado da colheitadeira”, explica.

Para operar nos canaviais o VM 270 recebeu um conjunto de modificações técnicas visando o desempenho do veículo neste tipo de operação, na qual o veículo enfrenta condições bem diferentes daquelas encontradas nas rodovias. Uma das providências tomadas pela engenharia da Volvo, foi a colocação de proteções para evitar que componentes ficassem sujeitos à poeira e a agressividade do ambiente por onde o caminhão se desloca.

Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo no Brasil, explica que essas medidas foram necessárias para diminuir a necessidade de manutenção. “Foram colocadas proteções para o catalisador, o injetor de ureia, as válvulas pneumáticas e a chave geral, além de feita a vedação e realocação do radiador do ar condicionado”, detalha.

Outra alteração foi aumentar a altura das suspensões dianteira, em mais 30 milímetros, e da traseira, em mais 20 milímetros, além de ter sido aumentado o ângulo de ataque do caminhão. “Isso diminui bastante a probabilidade de ocorrência de problemas na parte de baixo do caminhão provocados por resíduos da colheita”, observa Ricardo Tomasi, engenheiro de vendas da Volvo no Brasil.

As alterações incluíram também chicotes elétricos, que tiveram o comprimento aumentado para facilitar ao implementador a montagem do equipamento de carga. Além disso, o eixo traseiro também foi reforçado.  Outros detalhes do VM canavieiro são o bloqueio de diferencial, para saídas suaves em terrenos mais acidentados e escorregadios. A engenharia da montadora montou também um sistema de bloqueio automático das rodas.

Francisco Mendonça, gerente de caminhões da linha VM, lembra que o veículo vai operar 24 horas por dia no transbordo, parando apenas para abastecimento e troca de motorista, porque o setor sucroenergético precisa de caminhões com alta produtividade e grande disponibilidade para dar velocidade e vazão à colheita de cana. “Quanto menos avarias sofrer, maior disponibilidade o veículo oferecerá”, observa. É uma solução para atender as necessidades de um cliente que precisa de um caminhão de alta produtividade e grande disponibilidade”, afirma.

Ainda de acordo com Mendonça, os VMs têm atuação diversificada neste segmento, chegando em qualquer ponto do canavial. “Podem atuar como caminhão bombeiro, oficina, implementados com caçamba ou tanque para transporte de vinhaça, com carreta três eixos para transporte de insumos, apoio ao plantio e ainda servindo como veículo de lubrificação ou guindaste”, diz. A linha VM é oferecida com motores nas potências de 220cv, 270cv e 330cv e diversas configurações de chassis, caixas de câmbio e entre eixos.

A linha VM está completando 50 mil unidades vendidas desde o lançamento em 2003 no Brasil e nos demais países da América Latina. Até então, a Volvo era uma montadora que produzia apenas caminhões pesados. O VM número 50 mil produzido é um rígido, com motor de 270cv, 6×4, que está trabalhando na operação de transbordo de cana na Usina Santa Terezinha. Atualmente, 76% dos VMs produzidos saem de fábrica com caixa automatizada I-Shift, a mesma aplicada nos modelos pesados. “Estamos muito orgulhosos, pois a linha VM representa atualmente cerca de 40% da produção de caminhões da marca no País”, conclui Bernardo Fedalto.

 

Usina Santa Terezinha

Um dos principais players do setor sucroenergético estabelecidos no país, o Grupo Usaçucar (Usina Santa Terezinha) é também um dos maiores exportadores de açúcar do Brasil. Sediado em Maringá, Noroeste do Paraná, produz açúcar, etanol e energia de biomassa. 

O Grupo tem mais de 20 mil funcionários trabalhando em 11 unidades industriais e agrícolas – dez no Paraná e uma no Mato Grosso do Sul. Em 2013, a empresa exportou 1,52 milhão de toneladas de açúcar e 121,68 mil metros cúbicos de etanol. O faturamento naquele ano chegou a R$ 2,02 bilhões.

A empresa foi fundada em 1961 pelos irmãos Meneguetti (Albino, Felizardo, Hélio, Irineu, José e Mauro), que se associaram ao cunhado Alberto Seghese e à irmã, Terezinha Meneguetti. Juntos, eles transformaram um pequeno engenho de aguardente localizado no distrito maringaense de Iguatemi em uma fábrica de açúcar e iniciaram o que é atualmente um dos maiores complexos sucroenergéticos do Brasil.

Em 1979 a empresa ingressou no Proálcool (Programa Nacional do Álcool) para ampliação de seu parque industrial. Alguns anos depois, inicia seu projeto de expansão, adquirindo as unidades de Paranacity (1987), Tapejara (1989) e Ivaté (1993). Em todas elas o Grupo Usaçúcar reforma e melhora a parte industrial e promove o plantio de cana.

A empresa construiu em Maringá/PR o seu Terminal Logístico, um complexo formado por armazéns graneleiros para açúcar e grãos, um terminal de calcário e uma misturadora de adubos, além de tanques para estocagem de líquidos. O terminal iniciou as operações em 2002. Em 2003, o Grupo construiu e começou a operar o Terminal Rodoferroviário de Fertilizantes. Neste mesmo ano, iniciou o projeto de implantação de uma nova unidade na cidade de Terra Rica. Em 2006, adquire a Destilaria de Álcool Cocamar, localizada em São Tomé, criando uma nova empresa – a Usina São Tomé. Em 2008, arrendou as instalações da Coocarol, no município de Rondon, e em 2009 assumiu a Usina Usaciga, situada em Cidade Gaúcha. Mais recentemente, o Grupo Usaçucar incorporou as operações das unidades de Goioerê e Umuarama/PR e Rio Paraná, em Eldorado/MS.