O título dessa notícia pode ser assustador, ou até sensacionalista, porém é a realidade e também uma forma de chamar atenção ao fato de que em 2018 morreram nas estradas federais do País 5.271 pessoas. Esse número equivale à queda de 21 aviões com 250 passageiros cada um.

Além das vítimas fatais, o quadro negro contabiliza ainda 76.555 feridos. Os números estão no Atlas da Acidentalidade do Transporte, editado pelo Programa de Volvo de Segurança no Trânsito (PVST), com dados da Polícia Rodoviária Federal.

Se contabilizadas as ocorrências nas vias urbanas e estradas estaduais, os números são mais assustadores ainda e levam a pensar o quanto o trânsito precisa melhorar para se tornar mais seguro. De volta aos aviões, a questão é que acidentes de trânsito infelizmente se tornaram corriqueiros de não chamam tanto atenção quanto à queda de uma aeronave.

A coordenadora do PVST, Anaelse Oliveira, complementa que uma queda de 21 aviões causaria uma comoção nacional e, possivelmente, as pessoas não iriam mais querer viajar de avião.

“Mas as mortes no trânsito não causam o mesmo impacto, não provocam a mesma percepção de risco e nem uma consequente mudança de comportamento por nós, cidadãos brasileiros”, destacou Anaelse.

Ultrapassagem
Ultrapassagem indevida está entre as causas mais fatais de acidentes nas rodovias federais

No entanto, os número já foram maiores. O mesmo Atlas mostra que em 2014 foram registrados 100.832 feridos e 8.234 mortos. O diretor de responsabilidade corporativa e institucional da Volvo, Alexandre Parker, acrescentou que mesmo havendo a queda, o total de vítimas nas estradas federais, de 14 mortos por dia é muito muito alto e a sociedade e inaceitável pela sociedade.

Os acidentes envolvendo caminhões nas rodovias federais também apresentou queda nos últimos quatro anos. Entre 2014 e 2018, o número de vítimas fatais caiu de 3.538 para 2.241 e o de feridos de 23.948 para 17.045.

O Atlas relaciona que o comportamento é principal causa de acidentes tanto com caminhões quanto com automóveis de passeio. A causa mais fatal é a ultrapassagem indevida, seguida pela desobediência à sinalização e velocidade incompatível com via.

Minas Gerais e Santa Catarina são os Estados brasileiros apontados com trechos mais perigosos em acidentes com caminhões durante o ano de 2018. Em Minas, o trecho mais perigoso está entre na BR 251, do Km 469 e 478, próximo ao município de Francisco Sá, com 25 acidentes, 11 mortos e 87 feridos.

Já no Estado da região Sul, apontado como o segundo mais perigoso do País, o trecho crítico está entre os KMs 204 e 213 da BR 201, próximo a São José, com o registro de 84 acidentes que deixaram 5 mortos e 72 feridos.

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De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o horário com maior índice de acidentes  é entre 14 e 18 horas, porém, os mais fatais acontecem entre 4 e 5 cinco da madrugada

Nos dois casos, o horário com maior índice de acidentes envolvendo caminhões é entre 14 e 18 horas. Já os casos mais fatais, a maioria acontece entre 4 e 5 da manhã, às quartas e quintas-feiras. Já os fatais ocorrem aos domingos.

Os acidentes envolvendo ônibus nas rodovias federais também sofreram queda no número de ocorrências de vítimas. Em 2018 foram registradas 411 vítimas fatais e 4.681 feridos. Em 2014, esses números era, respectivamente, 667 mortos e 7.188 feridos.

Para a Polícia Rodoviária Federal, a redução do número de mortos e feridos se devem à melhora no comportamento do motorista e à readequação das operações da polícia. Eder Rommel, da coordenação de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, destacou haver hoje uma parcela da população que está mudando de comportamento, está mais consciente.