Os roubos de cargas cresceram 1,7% em 2021,  segundo dados da assessoria de segurança da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Foram 14.434 casos registrados ano passado contra 14.159 em 2020. Trata-se do primeiro aumento de ocorrências desde 2017.

De acordo com o levantamento, a maioria dos casos foi registrada na região Sudeste, com 82% das ocorrências, seguido pelo Sul (6,82%), Nordeste (5,44%), Centro-Oeste (3,66%) e região Norte (1,42%). Segundo a NTC&Logística, somados os valores de cada uma dessas regiões, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 1.270 bilhões.

Cargas preferidas 

As cargas mais visadas pelos ladrões são produtos alimentícios, cigarros, combustíveis, eletroeletrônicos, produtos farmacêuticos, bebidas, autopeças, defensivos agrícolas, têxteis e confecções. Os prejuízos maiores causados pelos roubos foram nas regiões Sudeste (R$ 993,41 milhões) e Sul (R$ 105,93).

O presidente da NTC& Logística, Francisco Pelúcio, lembra que a partir de 2017 os anos começaram a cair ano após anos, mesmo assim é importante deixar claro à toda sociedade que o problema impacta bastante os custos das transportadoras, pois ainda há milhares de ocorrências acontecendo. “Por isso, trabalhamos em conjunto com as autoridades de segurança pública e o governo federal para diminuir ano a ano esses números”, disse.

O vice-presidente de segurança da entidade, Roberto Mira, destacou que graças à aprovação da Lei Complementar nº 121/06, de 2006, contamos com o Sistema Nacional para o combate ao roubo e ao furto de cargas e hoje existem mais recursos humanos e tecnológicos à disposição para coletar dados, identificar as razões por trás das ocorrências e propor soluções integradas ao Poder Executivo e às polícias nacionais e estaduais. “Dessa forma, apesar de termos muito trabalho a fazer, estamos em uma situação privilegiada na história para lidar com esse desafio”, acrescentou.

Combate aos roubos
Na opinião de Roberto Mira, em boa parte o crescimento de ocorrências de roubo de cargas em 2021 ocorreu devido ao retorno da atividade econômica, prejudicada por conta da pandemia. “A volta das atividades inevitavelmente aumentaria o fluxo de mercadorias nas rodovias e, por consequência, dos roubos e dos furtos de carga. Sobretudo com a inflação elevada, por causa de fatores internos e externos, certos produtos ficaram muito valiosos e atrativos para os grupos organizados”, afirmou.

Ainda de acordo com o vice-presidente de segurança da NTC&Logística, a resposta para os problemas atuais é a mesma dos anos anteriores: o fortalecimento da ação dos órgãos de segurança pública e do relacionamento deles com as empresas do setor e de suas entidades representativas.

Mira destacou que os sistemas de rastreamento e de verificação de qualidade do transporte também foram essenciais para administrar essas interferências. “Nossos empresários demonstram um grande interesse pelo que há de moderno, razão pela qual as áreas de gerenciamento de risco nas transportadoras estão cada vez mais bem equipadas e preparadas. Para continuarmos a diminuir os números, precisamos manter esse cenário e continuar apostando nesse sentido”, finalizou.