Ser caminhoneiro nos EUA pode ter algumas vantagens para os profissionais brasileiros. A primeira delas, sem dúvida nenhuma, é a possibilidade de aumentar o faturamento. Outra vantagens se referem ao estilo de trabalho dos caminhoneiros brasileiros. Aqui no Brasil, 60% do que é produzido é conduzido por caminhão.

É comum em entrevistas o motorista dizer que “viaja o Brasil inteiro ou faz a rota Mercosul”. Levando em consideração a extensão territorial do nosso País não é novidade encontrar caminhoneiros parados em postos e que estão “a mais de 30 dias fora de casa”.  Portanto, o que os americanos consideram um fator negativo, por aqui os profissionais já estão bastante acostumados. 

A alta demanda por caminhoneiros lá nos EUA também é um fator de vantagem. Principalmente depois da pandemia que estimulou ainda mais as compras online, a mão de obra de motorista se tornou ainda mais valiosa. 

Salário caminhoneiro nos EUA

A melhora no salário do caminhoneiro nos EUA é apenas uma das estratégias do governo americano de tentar atrair mais profissionais para o setor e tentar reduzir a escassez de mão de obra. As empresas estão pagando mais, oferecendo bônus e até folgas extras para tornar mais atrativa a profissão. A média de salário anual para caminhoneiros é de mais de 50 mil dólares. Algumas transportadoras já oferecem pagamento de 10 mil dólares por mês dependendo do tipo de trabalho.

O Wall Mart, por exemplo, anunciou recentemente um aumento na faixa salarial base de seus motoristas que podem ganhar até 110 mil dólares em seu primeiro ano com o grupo. Atualmente o valor médio dos seus motoristas é de 87 mil dólares anuais. As empresas estão pagando mais, oferecendo bônus e até folgas extras para tornar mais atrativa a profissão.

Defasagem caminhoneiro nos EUA

Dados recentes da American Trucking Associaton (ATA), associação local de caminhoneiros, mostra que há uma defasagem de quase 80 mil motoristas. De acordo com o site da ATA,  a indústria de caminhões dos Estados Unidos é a força vital da economia dos EUA. Na verdade, quase todos os bens consumidos nos EUA são colocados em um caminhão em algum momento. Como resultado, a indústria de caminhões transportou 72,5% de todas as cargas transportadas nos Estados Unidos em 2019, o que equivale a 11,84 bilhões de toneladas. 

Um dos fatores dessa defasagem é o demográfico. Muitos caminhoneiros estão se aposentando e os jovens que se formam no ensino médio buscam outras profissões.

Horas de trabalho e distância da família 

Outro motivo que afasta os americanos da profissão de caminhoneiro é a rotina de trabalho. Algumas rotas os obrigam a ficar na estrada por longos períodos fora de casa os afastando do convívio familiar. A privação de sono por conta de entregas rápidas também é uma dificuldade. Em resumo, os principais motivos que desanimam os jovens a ingressarem na profissão são as exigências físicas e o tempo que passam longe de casa. Geralmente os motoristas trabalham é 60 horas semanais.

Esses fatores podem não ser grandes problemas para o caminhoneiro brasileiro que já está bem acostumado com trechos de longas distâncias e entregas com prazo curto. Portanto, todas essas dificuldades podem ser revertidas em vantagens para o caminhoneiro que sonha em ter uma oportunidade em terras americanas. Afinal, tanto ele quanto a sua família já estão bastante habituados a ficarem dias e até meses separados. Sem contar nas exigências de embarcadores e transportadores brasileiros que comprometem uma rotina saudável de trabalho.

Entretanto, antes de escolher ser caminhoneiro nos EUA é necessário pesquisar, conversar com algum brasileiro que já está trabalhando no país. Isso pode te ajudar a avaliar melhor as condições de trabalho em solo americano e decidir se realmente vale a pena fazer as malas e buscar uma oportunidade fora do Brasil.