Números são relativos a estradas sem fiscalização

A burocracia que mantém emperrada a reativação de pardais nas estradas estaduais pode ser medida em números: de 2011 para 2012, houve aumento de 104% na quantidade de acidentes nos trechos que até dois anos atrás eram vigiados por controladores eletrônicos de velocidade.

Os casos começaram a aumentar em 2011, quando as vias ficaram sem o controle, com 294 acidentes, e chegam agora a 600. Enquanto isso, o Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) não consegue concluir o edital que permitirá a reinstalação dos equipamentos.

Os controladores estão desligados há dois anos e um mês. O aumento de acidentes nos trechos antes controlados por pardais contrasta com o índice geral no Estado, já que houve redução em torno de 5% em 2012 num comparativo com 2011. A justificativa do Daer para a demora em concluir a licitação é de que órgãos de controle questionaram itens do edital.

O principal impasse seria a falta de levantamentos que indiquem onde devem ser instalados os equipamentos. O trabalho é feito a partir de medições de velocidade e de fluxo de veículos nas estradas.

Além da falta dos pardais fixos, desligados desde novembro de 2010, a fiscalização feita pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) carece de equipamentos modernos: os 30 controladores móveis usados no Estado não fotografam placas de carros no escuro.

Os radares, que são de 2006, nunca tiveram tecnologia para funcionar à noite, mas a lacuna era compensada pela presença dos controladores eletrônicos mantidos pelo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer). Nos últimos dois anos, no entanto, os motoristas que dirigiram acima da velocidade permitida em algum ponto dos 12 mil quilômetros sob tutela do CRBM ficaram impunes.

A solução depende de dinheiro de parceiros do comando rodoviário, que aguarda resposta do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) sobre um pedido para aquisição de 40 novos radares móveis. O custo de cada um varia de R$ 90 mil a R$ 100 mil. O Detran está avaliando a viabilidade jurídica e financeira de adquirir o equipamento para o CRBM.

Do Zero Hora