A diretoria da ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), representada pelo presidente e o diretor-executivo da entidade, Rafael Wolf Campos e Mário Rinaldi, respectivamente, e estimam crescimento entre 10% e 12% no número de implementos comercializados neste ano, levando em conta a alta no preço de matérias-primas e juros.

No ano passado, de acordo com o Departamento de Estatísticas da entidade, a indústria brasileira de implementos rodoviários registrou vendas 29% maiores, totalizando 110,1 mil unidades contra 86.113 unidades em 2006. Já o faturamento geral foi de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, o que representa avanço de 25% sobre o de 2006, que foi de R$ 2 bilhões. Do valor global faturado no ano passado, a linha de equipamentos pesados foi a responsável por R$ 2 bilhões e a linha leve R$ 500 mil.

Segundo Campos, o preço dos equipamentos pode ser reajustado em até 12% por causa dos aumentos do aço, alumínio e salários. No entanto, a projeção de uma menor evolução nas vendas em 2008 não está associada aos possíveis reajustes. \”Em 2007, crescemos sobre uma base de vendas não tão sólida como a de 2004\”. Segundo ele, o crescimento das vendas do ano passado sobre 2004 é de 8%, mas o mercado recuou nos dois anos seguintes e voltou a ganhar força em 2007. Outro fato é que os fabricantes estão fazendo expansões, mas o efeito não é imediato\”, alega Campos, ao relatar o tempo médio de espera por um equipamento, que hoje chega a 120 dias, normalmente é de 60 dias.

Rinaldi diz que determinados equipamentos fabricados sob encomendas como tanques e canavieiros têm fila de espera de 60 a 70 dias, os graneleiros e basculantes levam cerca de 45 dias em média para serem entregues e os silos podem demorar até cinco meses para chegar nas mãos dos clientes. Os modelos de reboques e semi-reboques com maior crescimento nas vendas são: sider (75,3%); basculantes (59,6%); tanques-carbono (54,2%); canavieiros (45,6%) e os graneleiros (42,8%). A evolução média foi de 38,6%.

O presidente da ANFIR diz que o aumento no preço de alguns insumos poderá ser repassado ao mercado. Segundo Campos, no início deste ano, o preço do aço subiu cerca de 12%. Em todo o ano de 2007, o aumento da commodity não chegou a 5%. \”O aumento da matéria-prima é uma questão que nos preocupa muito, principalmente o aço que representa cerca de 60% de nossos insumos. Outro fator que impacta na indústria de implementos é questão da infra-estrutura rodoviária. Com as estradas ruins, temos que produzir um equipamento mais resistente e isso implica consumir mais insumos\”, conclui Campos.