Todos os anos, aproximadamente 10,6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro são gastos em logística, sendo assim, apenas no ano passado R$ 391 bilhões foram aplicados na movimentação de mercadorias no País. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos o gasto com logística representa 7,7% do PIB. Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (12/09) pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), que revela também que as empresas brasileiras gastam 8,5% de sua receita com logística. No agronegócio o impacto é ainda maior, 13,3% da receita.
Segundo Maurício Lima, diretor de capacitação do Ilos, isto acontece porque o Brasil não investe o quanto deveria para diminuir os custos de logística das empresas. \”Para cada aumento de 1% do PIB, seriam necessários investimentos para garantir o aumento de 1% na capacidade de transporte\”, frisou, acrescentando que o governo brasileiro deveria estar investindo cerca de R$ 70 bilhões, ou 2% do PIB, em logística por ano. \”Hoje investimos cerca de R$ 15 bilhões na prática, mas sem qualidade\”, garante.
A análise verificou ainda que o crescimento da demanda por transporte de cargas feito por caminhões tem gerado dificuldades para o escoamento da produção de grandes empresas brasileiras. Talvez por isso, segundo a pesquisa, quase metade das grandes companhias quer diminuir a dependência do modal rodoviário no transporte de suas cargas.
De acordo com os dados da pesquisa, 42% das companhias entrevistadas pretendem diversificar o meio pelo qual transportam suas cargas. Ainda assim, das 100 maiores empresas brasileiras em faturamento entrevistadas – a maioria ainda dá preferência ao modal rodoviário. Do total, 26% só utilizam transporte por rodovias e 96% transportam mais de 50% da sua carga em caminhões. Em contrapartida, embora utilizem o modal rodoviário com freqüência, apenas 3% das empresas querem aumentar o peso do transporte rodoviário no frete de suas mercadorias.
Isso talvez possa ser justificado pelas crescentes altas no valor do frete. De acordo com a pesquisa, os custos médios com frete passaram de R$ 67,00 por tonelada em 2006 para R$ 82,00 por tonelada em 2011, um aumento de 22% para carga seca transportada em carreta, graneleiro e em rotas de 700 km. Esta alta pode ser atribuída à sobrecarga dos sistemas para o transporte de mercadorias, o que tem aumentado o tempo de espera e os gastos com logística no País. Neste cenário, 18% das empresas declararam ter dificuldade de contratar serviços de transporte no ano passado, devido à falta de frete.

Com informações do Valor Online e da Agência Estado