Menos da metade das obras foi concluída até o momento

O grupo Bertin, que atua em projetos de infraestrutura, tem pela frente um desafio de proporções bilionárias. Por meio da controlada SPMar, precisa investir quase R$ 2 bilhões nos próximos sete meses para cumprir o contrato de concessão do trecho leste do Rodoanel – projeto em torno da cidade de São Paulo. Menos da metade das obras foi concluída até o momento. Agora, para entregar as obras no prazo, a empresa precisa quintuplicar o ritmo mensal de investimentos.

A concessão foi assinada em março de 2011, há dois anos e quase cinco meses. Até agora, só 46% da obra está concluída – segundo dados fornecidos pela Artesp, agência reguladora do setor no Estado. O investimento de R$ 1,4 bilhão efetuado pela SPMar até hoje no trecho leste representa um ritmo aproximado de R$ 48 milhões por mês.

Se fosse mantida essa velocidade, os investimentos – total de R$ 3,2 bilhões – só seriam concluídos no segundo semestre de 2016. O contrato de concessão, no entanto, estabelece que a conclusão deve ocorrer \”no máximo em 36 meses após a assinatura do contrato\”. Ou seja, 10 de março de 2014 – pouco mais de sete meses a partir de hoje. Por isso, a empresa tem que acelerar os investimentos para R$ 257 milhões ao mês, ou cinco vezes mais do que hoje.

\”Não estamos fazendo a obra com folga. Diante de um fator extraordinário, como uma intempérie climática, pode haver problemas. Pode ser que atrase\”, resume uma pessoa ligada ao grupo Bertin. Os trabalhos estão focados atualmente na etapa de terraplenagem dos últimos trechos a receberem licença ambiental. Nesta etapa, serão consumidos cinco meses. Restariam pouco mais de dois meses para o resto dos trabalhos, incluindo a pavimentação. \”Vamos aumentar o ritmo de investimentos. Os maiores gastos são a partir de agora\”, afirma.
A assessoria de imprensa da SPMar informou que a concessionária não tinha um porta-voz para falar sobre o assunto.

Theodoro de Almeida Pupo Junior, diretor de investimentos da Artesp, diz que o governo do Estado dedica atenção especial à obra. \”É um prazo apertadíssimo. Estamos dando todo o suporte para que a concessionária termine no prazo\”, diz. Pupo Júnior afirma que ainda acredita ser \”tecnicamente\” possível concluir tudo a tempo – segundo ele, as etapas finais reúnem os trabalhos considerados menos complexos e, por isso, mais rápidos.

Do Valor Econômico