Denúncias de corrupção voltam a assombrar o Ministério dos Transportes. Agora, o novo ministro dos Transportes, Paulo Passos, é acusado de elevar em 154% o gasto da pasta com os aditivos – recursos extras aplicados em obras e serviços já contratados – no período em que assumiu interinamente o cargo, em 2010.
Na ocasião, Passos era secretário-executivo e substituiu Alfredo Nascimento, que havia se licenciado para disputar a reeleição no Senado pelo Amazonas. Mais recentemente, Nascimento deixou o cargo (no dia 6), após denúncias de superfaturamento. Passos, por sua vez, foi efetivado no ministério na semana passada pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo dados divulgados recentemente pelo jornal Folha de S. Paulo, no período de julho a dezembro de 2010 o número de contratos do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) passou de 53 para 113, e o valor das obras, subiu de R$ 309 milhões para R$ 787,4 milhões. Quando Nascimento reassumiu, o número de aditivos voltou ao normal.
Já de acordo com a revista IstoÉ, as obras na BR-101 (RJ), BR-317 (AM) e BR-265 (MG) são irregulares e receberam R$ 78 milhões do ministério. A BR-101, no Rio, teria dobrado de preço após um adicional autorizado por Passos quando era interino. As empreiteiras responsáveis teriam doado R$ 5 milhões a candidatos do PR, partido de Passos, nas eleições de 2010. No sábado, ele negou que haja irregularidade nas obras de estradas federais, mas admitiu falha na elaboração do projeto no caso da BR-101. \”Tenho clara a determinação da presidente Dilma de fazer ajustes e promover a demissão de quem tenha comprovadamente conduta inadequada daquela de um servidor público\”, afirmou. Cinco já foram afastados até agora.

Fonte: Destak