Levantamento realizado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (Setcesp) revela que dos 15,8 mil quilômetros de rodovias estaduais sem pedágio em toda a região, pelo menos 10 mil km têm problemas de conservação e precisam de reformas.  A extensão da malha ruim é quase o dobro dos 6,2 mil quilômetros da rede estadual com pedágio, considerada em bom estado. O alto custo da tarifa leva os motoristas, principalmente os de caminhão, a usar as rodovias sem pedágio como rota de fuga, piorando suas condições. Para se ter uma idéia, no trecho de 213 km da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), entre Itapetininga e Ourinhos, é uma das principais rotas usadas pelos caminhões de carga procedentes de Mato Grosso do Sul em direção à Grande São Paulo ou à Baixada Santista. Nela, as carretas evitam a Rodovia Castello Branco e economizam R$ 174,50 por viagem. Em uma viagem de ida e volta, a economia dobra. O problema é que, sem conservação, a estrada de pista simples não aguenta o tráfego pesado e intenso. O asfalto está esburacado e os acostamentos desapareceram. O único serviço, de tapa-buracos, é ocasional e não dá conta. De acordo com Manoel Sousa Lima Júnior, vice-presidente do Setcesp, o Estado tem duas malhas viárias bem distintas. \”Uma é a malha concedida à iniciativa privada, que é boa, mas também tem pedágios com valores absurdos, e outra é a malha sem pedágio, quase toda de estradas muito ruins. Parece que, ao fazer a concessão, o estado se desobrigou de conservar o resto\”, diz.
O governo estadual quer recuperar cinco mil quilômetros de estradas paulistas em quatro anos. Segundo o superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Clodoaldo Pelissioni, o plano é investir entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões por ano na recuperação da malha viária. Apenas em projetos, devem ser aplicados cerca de R$ 100 milhões por ano. O Estado também é responsável pela manutenção de 145 mil quilômetros de estradas vicinais, dos quais 15 mil são pavimentados. \”O governador Geraldo Alckmin determinou que a política é fazer obras nas estradas que não têm pedágio para que elas sejam tão boas quanto as que têm. \”Neste ano, segundo Pelissioni, mil quilômetros de rodovias estão em obras de recuperação ou em processo de licitação. Até o ano que vem, outros 70 trechos, com 1,5 mil quilômetros, serão licitados. Estão incluídas rodovias como a Tamoios e a Padre Manoel da Nóbrega.

Fonte: Agência Estado