A ausência de uma infraestrutura adequada às necessidades do transporte de carga do vai além de estradas malconservadas e podem impedir investimentos estrangeiros no Brasil. O problema é agravado pela dependência do modal rodoviário para o escoamento da produção e também pela inexistência de uma estrutura ferroviária suficientemente desenvolvida para atender ao grande volume da produção agrícola e industrial.
Para o economista Adam Patterson, sócio da Redirection International, empresa especializada em assessoria de fusões e aquisições (M&A, bloqueios constantes nas rodovias impactam negativamente no ambiente de negócios e elevam o Custo Brasil (fatores que dificultam a operação comercial de empresas como a infraestrutura, legislação e tributos).
Essa condição leva novas empresas que queiram se fixar no Brasil a priorizar outros mercados onde exista infraestrutura para o escoamento da produção. O economista inclui em suas observações a demora do poder público para solucionar este problema, pois também são fatores que encarecem a logística e, consequentemente, impactar em toda a cadeia produtiva.
FALTA DE MANUTENÇÃO
Bloqueios em rodovias causados pelo excesso de chuva e deslizamentos de terra, somados à dependência do modal rodoviário mais a falta de manutenção da infraestrutura viária são fatores que têm trazido prejuízos à população e à economia do País são fortes motivos para afastar investimentos.
Segundo o relatório de competitividade global do Banco Mundial de 2019-2020, o Brasil aparece na 56ª posição no ranking entre 160 nações, no segmento de logística, atrás de países como México, Chile e África do Sul. Para Adam Patterson este dado é preocupante, uma vez que a infraestrutura tem um forte impacto na atração de capital.
Um exemplo é o bloqueio do trecho da BR 277 entre Curitiba e o Porto de Paranaguá, o segundo maior do País em movimentação de cargas, atrás apenas de Santos (SP). Com as fortes chuvas no início de março na região, a situação da estrada piorou chegando bloquear totalmente bloqueada no sentido litoral.
SEM CONTRATO
Apesar de ser a principal rota de escoamento de grãos, havia meses a pista já estava parcialmente bloqueada em dois pontos distintos. Após o vencimento do contrato com a concessionária Ecovia, que fazia a manutenção da via, desde novembro de 2021, o trecho entre Curitiba e o Litoral do estado está sob responsabilidade da União,
De acordo com uma estimativa da Federação das Empresas de Transportes do Paraná (Fetranspar) o prejuízo acumulado no setor chega a R$ 100 milhões desde outubro. O problema na BR 277 levou muitos produtores a direcionarem suas cargas para o Porto de Santos, encarecendo o custo do transporte.