infraesteruturaApesar dos investimentos realizados nos últimos anos pelas concessionárias e pelo poder público, a infraestrutura rodoviária existente não é compatível com a dimensão atual da economia do País, muito menos com os planos de crescimento para a próxima década. Diante disso, o País tem grandes desafios a vencer no setor rodoviário, os quais dependem essencialmente de decisões e da ação do poder público. O comentário é do diretor de desenvolvimento e tecnologia da ABCR – Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, Flavio Freitas.

De acordo com suas colocações, um dos desafios é a limitada malha pavimentada de que o País dispõe, de cerca de 212 mil quilômetros e boa parte em péssimo estado. Outro é reduzir o espantoso número de acidentes e mortes nas estradas causadas pela atuação do condutor e pelas condições dos veículos e da infraestrutura. “Neste caso, em grande parte das ocorrências, tanto no primeiro quanto no segundo caso, decorrentes de fiscalização insuficiente. Vale ressaltar que a fiscalização é responsabilidade indelegável do poder público”, conclui.

De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, o número de acidentes em rodovias federais vem apresentando queda nos últimos anos. Pelos números apresentados, em 2014 foram 169.163 contra 186.71 do ano anterior. Comparação entre os primeiros semestres de 2013, 2014 e 2015 mostra que os número de acidentes caíram de 91.173, para, 86.007 e 71.056, respetivamente. No mesmo período, o registro de vítimas fatais também foi menor. Nos primeiros seis meses de 2013 foram 3.979, no ano seguinte 1.914 e este ano 1.729.

Para o inspetor Stênio Pires, chefe de divisão de fiscalização de trânsito da PRF, a conscientização dos motoristas melhorou com o passar dos anos e a fiscalização se tornou ainda mais eficiente com o incremento da tecnologia. “Hoje, contamos com radares eletrônicos, leitores de placa, monitoramento com câmera e sistema móvel para consulta de placa que agilizam o nosso atendimento”, justifica.

Cita ainda que antes era necessário abordar o motorista e solicitar as documentações para conferência e isso exigia tempo e reduzia o número de veículos verificados. “Se compararmos, há 20 anos o nosso potencial de fiscalização aumentou consideravelmente”, acrescenta. A expectativa para os próximos anos, segundo o inspetor, é que todos os veículos que transitam pelas rodovias federais sejam fiscalizados.

O inspetor Pires destaca ainda que em 1991, a PRF se tornou um órgão independente e iniciou um trabalho de aproximação com a sociedade, que foi ainda mais intensificado a partir de 2004. Ele explica que além das ações de conscientização junto aos condutores de veículos e de educação no trânsito, a Polícia Rodoviária Federal passou a ter o registro dos acidentes com as características e principais causas. “Assim passamos a desenvolver um trabalho mais específico para os tipos mais comuns de acidentes em determinadas rodovias. Afinal, só é possível reduzir os acidentes quando conhecemos as causas e podemos desenvolver trabalhos de prevenção”, finaliza.

por Daniela Giopato