Motorista deve priorizar manutenção preventiva para se manter competitivo

1612Para se manter competitivo no mercado de transporte rodoviário de cargas, o motorista, principalmente autônomo, tem que estar preparado para atender aos requisitos básicos exigidos pelos transportadores na hora de negociar o frete. Ter um caminhão em perfeito estado de manutenção é um dos primeiros passos para conseguir uma boa carga. Isso porque embarcador algum quer correr o risco de disponibilizar um frete a um motorista cujo caminhão se encontra em situação precária, pois como todos, ele quer que a carga chegue segura e no tempo certo.

\”O carreteiro deve ter em mente que o caminhão é o seu instrumento de trabalho, portanto, a manutenção é importante para o veículo não parar por quebras inesperadas e falhas de componentes que podem levar a um grave acidente\”, explica Antonio Carlos Bento, conselheiro do Sindipeças e coordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva -Programa Carro 100%/Caminhão 100%/Moto 100%.

A maneira mais correta do carreteiro programar as manutenções em seu caminhão é procurar uma oficina de confiança e seguir as orientações contidas no Manual do Fabricante para fazer as trocas periódicas. De acordo com Antonio Carlos, o profissional também deve estar atento a sinais de desgaste prematuro de alguns itens. A embreagem, por exemplo, segundo ele, pode se desgastar precocemente quando o motorista trafega no trânsito pesado em grandes centros urbanos, como a capital paulista, onde se gasta muito no anda e para. Já os motoristas que dirigem veículos que sobem e descem a serra do mar rumo ao Litoral precisam ficar atentos ao freio, pois as lonas sofrem desgaste intenso. \”Também é importante ter cuidado com a qualidade do combustível para prolongar a vida útil do motor\”, ressalta.

É importante que o autônomo crie uma rotina de inspecionar alguns componentes sempre que retornar de uma viagem. Verificar itens do motor para saber se há vazamentos, a qualidade e o nível do óleo, filtro diesel (filtro de combustível), de óleo e de ar (restrição e estado visual), além de componentes de segurança como rodas, freios, palhetas do parabrisa, lanternas, faróis e pneus, são alguns exemplos citados por Bento.

Desde o início do programa Caminhão 100%, em 2009, foram inspecionados mais de mil caminhões e segundo o último levantamento, realizado entre maio e junho de 2012, os itens que mais apresentaram problemas foram a passagem de óleo para o compressor e vazamento no sistema, defeitos extremamente perigosos para a segurança nas estradas. Tanto a presença de óleo no compressor de ar quanto o vazamento no sistema de ar comprometem a eficiência do sistema de freio do caminhão, conforme explica o coordenador do projeto.

A falta de calibrador automático de pneus, sistema instalado nos caminhões que controla e mantém a pressão dos pneus mesmo na ocorrência de vazamento também foi bastante detectada durante as inspeções realizadas. Mais de 70% dos veículos não contam com este equipamento. O objetivo do programa é conscientizar os motoristas de caminhão sobre a importância da manutenção preventiva e checar itens de segurança e da parte mecânica dos veículos pesados.

Antonio Carlos Bento comenta que a manutenção programada é muito mais segura e em conta do que a corretiva, pois o motorista pode fazer um plano de manutenção de acordo com a quilometragem que roda mensalmente, seguindo as orientações do manual do fabricante. \”Já a corretiva, além de mais cara, também pode gerar muitos transtornos\”, compara. (DG)