Até dezembro, nova alta nos preços da gasolina e diesel deve ser anunciada

Após apelos da Petrobras por aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel, e diante das perdas geradas à companhia pela escalada do dólar, integrantes do governo federal já dão como certo um novo reajuste neste ano. Não há definição nem de percentual nem de quando exatamente o aumento será concedido, mas até ministros de Dilma Rousseff já consideram a alta até dezembro inevitável.

Segundo fontes do governo, a avaliação é que a desvalorização cambial não deixa muitas alternativas, e auxiliares presidenciais dizem ser muito difícil fugir de um aumento nos próximos meses.

A estatal compra combustível em dólar e vende em real no Brasil. A situação de caixa, que já não era confortável, agravou-se com a desvalorização cambial verificada no ano, de aproximadamente 20%.

O temor é de que, sem o reajuste, a companhia perca o grau de investimento (status de bom pagador) das agências de classificação de risco. Nos cálculos internos, a defasagem entre os preços internacionais e nacionais chegou a 30%, após o dólar superar a marca de R$ 2,40.

O governo, entretanto, vive um dilema, pois o considerado inevitável aumento tem efeito direto sobre a inflação, o que assusta o Planalto em momento de crescentes dificuldades na economia.

A Petrobras já chegou a propor um reajuste escalonado para diluir o impacto inflacionário, mas não tem esperança de um aumento que compense integralmente a defasagem recente. A companhia fez todo o seu plano de negócios para os próximos anos com um câmbio a R$ 2,00, daí a extrema preocupação com a escalada do dólar diante do real.

Outro problema força a decisão de reajuste neste ano: nenhum governo quer aumentar a gasolina em um ano eleitoral. Dilma concorrerá à reeleição em 2014. O mais recente reajuste de preços da Petrobras foi em janeiro. O aumento foi de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel nas refinarias.

Da Folha de S. Paulo