Os produtos da “Auto Expresso”, que concorrem com o Sem Parar, já deveriam ser oferecidos aos motoristas que trafegam pelas rodovias sob concessão desde 1.º de setembro. As antenas para leitura de \”tag\” – dispositivo que registra a cobrança quando o veículo se aproxima da cancela – também já estão instaladas, mas apenas três concessionárias concordaram com o novo sistema, que é gerenciado pelo DBTrans. Já usam o “Auto Expresso” a CART, na região de Bauru, a SPMar, no Trecho Sul do Rodoanel, e a Rota das Bandeiras, na Rodovia Dom Pedro I. As outras concessionárias, segundo a DBTrans, solicitaram alterações do contrato.

No total, o governo do Estado tem 19 estradas administradas sob o regime de concessão. Parte das concessionárias que ainda não aceitaram adotar o novo sistema de pedágio eletrônico são ligadas ao Grupo STP, do Sem Parar. É o caso das responsáveis pelas Rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco e Raposo Tavares, do Grupo CCR, que também gerencia o Trecho Oeste do Rodoanel. Anchieta, Imigrantes, Ayrton Senna e Carvalho Pinto são da EcoRodovias. A STP informa, em seu site, que 38,25% de suas ações pertencem à CCR e 12,75%, à EcoRodovias.

Concorrência – Um dos argumentos usados pelo governo do Estado para abrir o mercado de pedágio eletrônico era o de estimular a concorrência. O Sem Parar, por exemplo, extinguiu a taxa de adesão que era cobrada antes da concessão ao Auto Expresso. Também foi criado um plano pré-pago. O Auto Expresso, quando começar a ser vendido, também terá um plano pré-pago.

O professor de Análise Econômica do Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cleveland Prates explica que a concorrência é benéfica para os usuários. \”A empresa pode não ter incentivos para deixar que outras entrem no negócio, porque ela já cobra o preço de monopólio pelo serviço.\” Com concorrentes, o preço final para o consumidor pode baixar.

Contratos – A Artesp (Agência Reguladora dos Transportes de São Paulo) informou que \”identificou divergências no contrato oferecido pela DBTrans às outras concessionárias\” e \”vem tentando mediar soluções para que os contratos sejam assinados\”. A CCR disse que \”as negociações para a implantação do sistema Auto Expresso\” em suas rodovias \”estão em andamento\”. A EcoRodovias afirmou que \”não há qualquer tipo de conflito de interesses\” e que já instalou as antenas e fez \”ajustes\”.

Da Agência Estado