Um estudo realizado em todo o Estado de São Paulo pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), em parceria com a Umicore, principal fabricante de catalisadores automotivos, e a Mastra Escapamentos, empresa fabricante de sistemas de exaustão e conversores catalíticos, mostra que 37% dos automóveis em circulação no Estado apresentam catalisadores inoperantes. Para a pesquisa, foram avaliados 426 veículos leves, originalmente equipados com catalisador e escolhidos aleatoriamente em 31 localidades.
Do total de veículos checados, 24% estavam com falsos catalisadores ou tiveram o núcleo cerâmico extraído e 13% apresentaram-se inoperantes. Desta última parcela, grande parte dos catalisadores não cumpre sua função, pois sofreu a degradação natural por envelhecimento após o término da sua vida útil, que é de cerca de 80 mil quilômetros.
\”Realizamos esta pesquisa ao longo de seis meses e os dados foram surpreendentes. Cerca de 25% da frota circula em situação irregular, ou seja, com falsos catalisadores ou com o equipamento adulterado. Isso prova que é necessário um trabalho com foco na orientação da população em relação aos falsos catalisadores e seus malefícios pela enorme emissão de poluentes na atmosfera, que contribui para agravar ainda mais a crítica situação do planeta\”, ressalta Carlos Eduardo Moreira, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Umicore.
A avaliação, feita de acordo com a faixa etária dos veículos, mostra que para os modelos com ano de fabricação entre 1992 e 1996, 70,6% dos catalisadores são inoperantes; entre 1997 e 1999, 33,7% não operam corretamente; entre 2000 e 2002, 29% são inoperantes; e entre 2003 e 2006, o índice cai para 11%. \”Estes dados comprovam que a população não tem o hábito da substituição do catalisador após o fim da sua vida útil ou quando o equipamento é danificado\”, complementa Everaldo Sajioro Jr., diretor-presidente da Mastra Escapamentos.
– Região Metropolitana
Segundo dados da pesquisa, somente nesta região há cerca de 4 milhões de automóveis originalmente equipados com o catalisador. Os equipamentos inoperantes correspondem a 1,5 milhão, sendo que deste montante, 1 milhão são falsos catalisadores ou tiveram a cerâmica retirada.
Com base nestes dados, a Cetesb simulou a quantidade anual de emissão de poluentes proveniente dos automóveis na Região Metropolitana de São Paulo se os catalisadores mantivessem sua função ao longo da vida útil dos automóveis. A emissão de monóxido de carbono seria de 70,6 mil toneladas ao ano, de hidrocarbonetos 13,1 mil toneladas anualmente e óxidos de nitrogênio 17,9 mil toneladas por ano. Isso representa, respectivamente, 4,8%, 3,7% e 5,4% da carga total de poluentes emitidos na região, em 2005, por todas as fontes móveis de poluição.
\”O catalisador é uma peça fundamental para atender aos limites estipulados pelo PROCONVE – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores. No entanto, vale ressaltar que os maiores poluidores são os automóveis antigos, com carburador e ainda não equipados originalmente com o catalisador. Ao longo dos anos, esta frota será renovada, o que aumenta ainda mais a importância de utilizar corretamente os catalisadores\”, ressalta Moreira.