Atualmente, até crianças “trabalham” para tapar buracos da BR-101

O trecho de 28 km entre a divisa de Alagoas e Pernambuco, no município de Palmares – a 100 quilômetros do Recife – é uma parte abandonada de uma das mais importantes estradas do País, que corta o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte: a BR-101.

A rodovia é o principal acesso de Pernambuco e tem movimento intenso diário. É por ela, por exemplo, que chegam as cargas enviadas da indústria da região Sudeste. Na última semana, a reportagem do Portal UOL percorreu o trecho e constatou a existência de crateras. Para piorar, o serviço de \”manutenção\” das rodovias é feito por crianças, que usam pás com terra para tentar tapar parte dos buracos e, assim, arrecadar algum dinheiro dos motoristas que passam pelo local.

Em várias partes, não é possível sequer ver o asfalto, que é coberto por areia – o que leva os motoristas a reduzirem a velocidade. Por conta das más condições, moradores do local já realizaram pelo menos três protestos fechando a rodovia. Em fevereiro, a reivindicação veio após as chuvas.

Apesar dos trechos danificados, a PRF (Polícia Rodoviário Federal) do Estado diz que esse não é o mais perigoso da rodovia em Pernambuco, \”O maior número de acidentes ocorre no trecho da BR-101 que corta a região metropolitana do Recife. No local referido, a incidência de acidentes é pequena pois, devido à precariedade da rodovia, os condutores trafegam em baixa velocidade\”, informou.

Quanto às crianças, o órgão diz fazer rondas frequentes no local e quando encontra um menor desacompanhado na rodovia ou em condição de vulnerabilidade, leva-os ao Conselho Tutelar.

No Estado, todo o restante da BR-101 é duplicado e em boas condições de tráfego. Já nesse trecho, não há nenhuma máquina trabalhando e há diversos imóveis às margens da rodovia, que ainda precisarão ser desapropriadas. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou que há problemas burocráticos que atrasaram a duplicação. A previsão é que as obras de duplicação – que ainda estão em fase de projeto– sejam entregues pelo consórcio Torc/Convasp daqui a três anos.

Do UOL