A manifestação dos motoristas de caminhão chega hoje (09/11) no segundo dia de protesto e, até o momento, pontos de manifestações foram localizados nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, os manifestantes, permitem apenas a passagem de carros, ônibus e ambulâncias. O Rio Grande do Sul, é o Estado que mais concentra atos de protestos (10), em seguida está o Paraná com seis e Minas Gerais com cinco.
O protesto foi iniciado ontem (09/11) e provocou bloqueios em trechos de rodovias de 14 Estados. O Movimento convocado pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), reivindica redução do preço do diesel, criação do frete mínimo, salário unificado em todo o País e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos.
Um dos nomes citados como organizador desse movimento é o catarinense Ivar Luiz SchmidtIv que, em dezembro do ano passado, criou uma página do Facebook em nome do CNT – que conta atualmente com mais de 22 mil seguidores- e atualmente mantém contato com diversos grupos no WhatsApp. Acredita-se que os motoristas de caminhão estão sendo convocados e informados sobre os protestos através de mídias sociais.
Diferente dos atos do início do ano – que tiveram duração de cinco dias – os sindicatos declararam não compactuarem com as manifestações. Uma das justificativas seria o fato do movimento ter objetivos políticos e terem como reivindicação principal a saída da presidente do poder.
“A convocação e o reconhecimento legítimo de uma greve deve passar obrigatoriamente pela elaboração de uma pauta de reivindicação específica da categoria que representam, para ser aprovada em assembleia geral. E não é bem isso que está acontecendo já que os interesses defendidos nesses atos são unicamente políticos e não estão relacionados com os interesses dos motoristas de caminhão. É por esse motivo que não estamos apoiando o movimento iniciado na segunda-feira (09/11)”, explicou o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno.
Bueno reforça o perigo das redes sociais que se tornaram instrumento para se organizar movimentos sem objetivos específicos e que venham de encontro as reais necessidades da categoria. “Esses grupos que atuam na internet perceberam a força que os caminhoneiros têm e a repercussão que uma paralização de caminhões pode gerar e usam esses profissionais para atingir os seus objetivos”, explica. As entidades, segundo Bueno, estão lutando para não acabar o respeito e a credibilidade que a sociedade criou em cima da imagem e da importância dos motoristas.
A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), emitiu semana passada (dia 04/11) um comunicado se posicionando a respeito dessa possível paralisação dos motoristas. De acordo com o presidente da CNTA, a entidade sempre manifesta apoio a movimentos de interesse específico da categoria dos caminhoneiros autônomos, organizados ou não, desde que haja representantes que respondam pelos atos que praticam. O documento assinado por Bueno considera imoral e repudia qualquer mobilização que se utilize da boa-fé dos motoristas para promover o caos no País e pressionar o Governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria.
Confira os pontos bloqueados e com atos de protestos:
São Paulo: km 131 da SP332, em Paulinia e km 620 da SP 270 em Presidente Epitácio
Minas Gerais: Fernão Dias – sentido São Paulo e Belo Horizonte no km 513, região de Igarapé/MG. Km 507,5 ao km 510 e do km 511 ao km 513 na pista Sul (sentido São Paulo) e do km 514 ao km 513, na pista Norte (sentido Belo Horizonte). Pista Norte (sentido Belo Gorizonte) do km 679,8 ao 677,8, em Perdões/MG.
Santa Catarina: BR 116, km 54, em Papanduvas; km 138, em Santa Catarina e BR-280, em São Francisco do Sul.
Paraná: Paranavaí (BR-376), Nova Esperança (BR-376), Arapongas (BR-369) e Maringá (PR-317). BR-277 (km 667). PR-281 (km 420, região de Mangueirinha); PR-445 (km 82, região de Cambé); PR- 317 (km 12, região de Santo Inácio); PR-466 (km 145 e km 181) e PRC-487 (km 295).
Rio Grande do Sul: RS-287 (km 105 na região de Santa Cruz) e km 78 (região de Venâncio).