A crise econômica que abalou o País em 2016 contribuiu para o aumento do roubo de carga.

Nos últimos quatro anos, o roubo de carga teve alta de 42% no Brasil. A informação vem de um levantamento feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC) e constata que nem mesmo os sistemas de segurança, que monitoram os veículos via satélite, conseguem afugentar os ladrões. Com isso, a crescente modalidade deste tipo de crime tem mudado a rotina dos motoristas de caminhão em todas as partes do País.

Entre os carregamentos mais visados pelos assaltantes estão cigarro, eletroeletrônicos, combustível, sementes de braquiária, adubo, defensivo agrícola e soja para o plantio. O frete para esses tipos de cargas chega ser de 10% a 15% superior aos de outros produtos, e o ganho extra estimula o carregamento.

No Estado do Mato Grosso, as maiores ocorrências de roubos de cargas ocorrem no período da safra. Duas rodovias federais estão entre as mais perigosas do Estado. Os quase 40 mil caminhões que circulam diariamente pelas BRs 163/364 atraem olhares de quadrilhas de todas as partes do País.

 

Dados do último levantamento feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística), com base em informações das secretarias de Segurança dos estados, empresas do mercado segurador, gerenciadoras de riscos e transportadoras mostram que nos últimos quatro anos, o aumento de roubo de cargas no Brasil foi de 42% e, só nos últimos dois anos, houve um prejuízo acumulado de R$ 2 bilhões.

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Em dois anos o prejuízo com roubo de cargas somou R$ 2 bilhões

Em 2014 o número de incidência de roubo foi de mais de 16% se comparado ao ano anterior, somando 17.500 ocorrências, totalizando prejuízo de R$ 1 bilhão.  A região sudeste representa 85,31% dessas ocorrências, sendo sua grande maioria em áreas urbanas, com 75% dos casos.

Enquanto o Sudeste representa 86,06% dos casos de roubo de carga, o Nordeste apresenta 6,37%; Centro-Oeste, 2,32%; Sul, 4,56%; e Norte, 0,69%.  Na região Sudeste, os números mais preocupantes são do  Estado do Rio de Janeiro que em 2013 registrou 3.535 casos e, no ano de 2014 contabilizou 5.889, crescimento de  aproximadamente 67% nas ocorrências no período.

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São Paulo, apesar de não ter registrado o maior aumento nas ocorrências no comparativo entre os anos, ocupa hoje o primeiro lugar entre os Estados com mais casos de roubo de carga – 48,82% das ocorrências, contra 33,78% no Rio de Janeiro.

Os produtos mais visados para roubo no Brasil são os alimentícios, cigarros, eletroeletrônicos, produtos farmacêuticos, produtos metalúrgicos, produtos químicos, têxteis e confecções, autopeças e combustíveis.

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