O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), Sério Neto, teve uma audiência ontem (09/05) no gabinete do presidente da Assembléia Legislativa do RS, para solicitar uma atenção especial às discussões sobre o programa de concessões de rodovias no Estado.

Neto ressalta que a indignação da sociedade gaúcha com o atual programa de concessões, ficou demonstrada nas audiências públicas realizadas pela Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa, no interior gaúcho. Até o momento, foram promovidas audiências em Viamão, Caxias do Sul, Vacaria, Carazinho e Lajeado. A próxima está marcada para a cidade de Pelotas.

Na audiência realizada em Carazinho, em 3 de maio, o presidente do SINDICAR, Milton Schmitz, fez uma comparação para comprovar os elevados gastos de um caminhoneiro com pedágios. Segundo Schmitz, gasta-se numa viagem de caminhão, de Carazinho ao porto do Rio Grande, pouco mais de R$ 400,00 com combustível e R$ 170,00 com pedágios. \”Nós somos assaltados quando passamos numa praça de pedágio\”, exclamou.

Em Lajeado, por sua vez, o diretor do SETCERGS, Valmor Scapini, avaliou que a audiência pública foi muito produtiva, porque está levando ao conhecimento dos usuários e da sociedade gaúcha a necessidade extrema de rever o atual modelo de pedágio. Essa audiência também serviu para traçar um paralelo entre os modelos de pedágios comunitários e o adotado nos pólos rodoviários, concedidos à iniciativa privada. Defendendo a instalação de uma CPI dos Pedágios, o dirigente constatou o consenso dos usuários e das comunidades, que as tarifas praticadas são elevadas e sem o devido retorno. \”Agora é fundamental que essa CPI seja realmente instalada e mostre os equívocos do sistema adotado nos pólos rodoviários\”, acrescentou Scapini.

Com relação à instalação da CPI dos Pedágios, o presidente do SETCERGS acredita que os deputados estão sensíveis, haja vista o clamor popular observado no Rio Grande do Sul, principalmente diante das manifestações das diversas comunidades durante as audiências públicas realizadas no interior.\” Nós, transportadores de carga e operadores logísticos, esperamos que a CPI seja realmente instalada como forma de dar uma transparência aos contratos e revelar toda a realidade das concessões aos usuários. O que até hoje, embora fosse uma obrigação, os governos não o fizeram na sua integralidade\”, finaliza Neto.