Um decreto do presidente agentino Nestor Kirchner, válido desde abril, isenta as empresas de transporte argentinas de pagar pedágio em seu próprio território, porém a medida não vale para estrangeiros. Segundo o Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná), essa decisão está prejudicando ainda mais o transporte de cargas internacionais do Brasil para a Argentina, Chile e Paraguai e a redução no movimento dessas operações já é sentida em Foz do Iguaçu, principal porta de entrada para os países vizinhos.
Mesmo antes do decreto de abril, parte das taxas dos pedágios em estradas argentinas já eram subsidiadas para os transportadores do país vizinho. \”São muitas desvantagens para o transportador brasileiro\”, aponta Fernando Klein Nunes, presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná). Especialistas em legislação do Mercosul apontam que esse tipo de discriminação é desaconselhada nos acordos firmados entre os países membros do Mercosul.
Entidades que reúnem empresários do setor de cargas rodoviárias do Brasil esperam que a ANTT tome posição no assunto dos pedágios em estradas argentinas. Para o presidente do Setcepar, \”As medidas protecionistas do governo argentino não contribuem para o livre comércio entre os países. Criar benesses aos empresários argentinos em detrimento aos transportadores brasileiros não beneficia o Mercosul. O Brasil, caso não tenha sucesso negociando diplomaticamente, deveria tomar ações semelhantes para salvaguardar os empresários brasileiros\”, opina Fernando Klein Nunes.