A CNTA – Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos – em comunicado oficial, se posicionou contrária a possível greve dos caminhoneiros agendada para o dia 1º de fevereiro. A entidade entende que, apesar de toda dificuldade enfrentada pelos motoristas, este não é o momento para uma paralisação. Um dos motivos é a situação que o País está passando devido a pandemia.

Ainda de acordo com a entidade o cenário é propício para o fortalecimento do trabalho do caminhoneiro e a sua contribuição para o enfrentamento da pandemia. A deflagração de uma greve, especialmente de caminhoneiros, deve ocorrer somente quando esgotadas todas as alternavas plausíveis de discussão e negociação.

Confira na íntegra quatro fatores que levar a CNTA a se posicionar contra a greve:

1 – Pandemia da Covid e seus riscos

  • Uma paralisação pode acarretar aglomeração e aumentar o risco de
    contaminação dos caminhoneiros, familiares e da população em geral;
  • O impacto no fluxo de mercadorias e matéria-prima pode agravar a situação
    econômica do País em um momento delicado, gerando incertezas na área da
    indústria e comércio, prejudicando a geração de emprego e renda.
  • A paralisação das atividades da categoria afetará a circulação de mercadorias,
    produtos farmacêuticos, alimentos e insumos para indústria, comércio e
    agricultura. Tal fato, pode impactar significativamente no combate e tratamento da doença

2- Cenário positivo para o transporte de carga e para o transportador autônomo

  • Início da safra de soja com aumento de área de 3,4%, segundo dados da Conab, o
    que torna o período um dos melhores para a demanda de trabalho da categoria;
  • O mercado de vendas de caminhões novos e usados altamente aquecido, a falta
    de caminhoneiros empregados nas transportadoras, além do constante aumento
    de inclusões de novos registros de caminhoneiros autônomos na ANTT demonstram que o mercado de transporte rodoviário de cargas está em plena expansão econômica, tornando o cenário com boas perspectivas de oferta de frete para o caminhoneiro.

3- Relacionamento com o Governo

  • O transporte rodoviário de cargas tem sido foco de diálogo e projetos constantes pelo Governo. A CNTA foi inserida em diversas discussões que possibilitaram uma abertura de diálogo inédita com apresentação de demandas específicas que beneficiarão o caminhoneiro autônomo.

4- Sobre a convocação de uma greve

  • A decisão sobre eventual paralisação é prerrogativa exclusiva da categoria, manifestada em assembleias geral especialmente convocada para este fim e formalizada por uma entidade legalmente constituída (sindicatos); Uma greve deve ser pautada pelo interesse coletivo da categoria e não por interesses pessoais e políticos de indivíduos com fins de autopromoção;
  • A entidade enfatiza que o caminhoneiro pode e deve procurar a solução de muitas das suas insatisfações de modo regional. Para isso, a categoria pode contar com o apoio e atuação das entidades representavas, como sindicatos e federações.
  • A CNTA também ressalta a necessidade de que haja responsabilidade na divulgação sobre uma paralisação, pois tal decisão pode causar instabilidade e insegurança na categoria e na população de modo geral, e isto, pode ter um resultado contrário ao objetivo da promoção de uma greve.