A pandemia afetou praticamente todas as atividades do comércio, da indústria e de setores públicos, mas não ao ponto de parar os motoristas de caminhão, profissionais considerados essenciais para a sociedade. Houve até quem optou por não enfrentar os perigos da doença e ficar em casa, no entanto, a grande maioria continuou em atividade até mesmo para continuar honrando compromissos financeiros assumidos. Desde o início, especialistas de saúde de todo o mundo já afirmavam, o coronavírus pode sobreviver por vários dias em superfícies de materiais plástico, metais, vidros e tecidos. E a recomendação de lavar as mãos com água e sabão ou outros produtos de limpeza se deve ao fato do coronavírus se encapsular em camada de gordura, que ao ser removida o leva rapidamente à morte.
Muitos motoristas sentiram literalmente na pele o peso da pandemia. Em junho, quando o número de infectados superava 160 mil casos, e mais de 53 mil óbitos registrados, a doença continuava ameaçadora, avançando em ritmo diário acima de 1.150 novos casos e mais de mil mortes. Na ocasião, muitas empresas já se encontravam engajadas em dar suporte aos motoristas de caminhão em atividade. Em uma das ações, o Sest Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) disponibilizou um lote inicial de 30 mil testes gratuitos de Covid-19 para motoristas de caminhão em 18 Estados mais o Distrito Federal. Um dos primeiros levantamentos da operação nas rodovias apontou 2.000 mil casos positivos.
Além da testagem da covi-19, nas abordagens feitas pelas equipes da entidade, os motoristas recebiam orientações de prevenção de saúde e de higiene das mãos e dos veículos, além do uso de máscaras e kit de alimentação. As concessionárias de rodovias rapidamente se prontificaram a dar suporte para os caminhoneiros em ações de distribuição de kits de higiene e de alimentação em diversos pontos do País.
Os motoristas encontravam também ações de higienização interna e do lado de fora da cabine, além de outras partes do caminhão. Uma dessas operações aconteceu em dois postos de serviço nas rodovias Carvalho Pinto e Ayrton Senna, ambas no Estado de São Paulo. Fruto de parceria entre a Volkswagen Caminhões e a concessionária Ecopistas, a ação contou também com distribuição de vaucher, nos postos de pedágios, para serem trocados por refeições em postos de serviços.
Concessionárias de caminhão também procuraram estender atendimento aos transportadores além de serviços de manutenção e de venda de caminhões e peças. A Apta Caminhões (unidades de São Bernardo do Campo e Litoral), promoveu higienização gratuita de cabine de caminhões de clientes.
Concessionários Mercedes-Benz realizaram ações solidárias para motoristas enfrentarem os desafios do coronavírus. Em parceria com colaboradores, autorizadas da marca de vários Estados distribuíram kit lanche (fruta, sanduíche, biscoito, barra de cereal, água ou suco e marmitex) para motoristas, tanto em pontos da estrada, quanto em postos da Polícia Rodoviária ou nas instalações da própria revenda. Em certos pontos houve também entrega de álcool em gel e produtos de higiene pessoal. Em algumas iniciativas a operação contou com a parceria do Sest Senat.
Organizadas e coordenadas, empresas privadas de diferentes setores e entidades se mobilizaram. Em várias operações o atendimento contava habitualmente com atendimento e orientação saúde, troca de lâmpadas do caminhão queimadas e distribuição de marmitas.
As ações, assim como muitas outras ocorridas pelo País, levaram segurança aos motoristas e destacaram a importância da categoria. Outras iniciativas de efeito partiram de concessionárias de caminhões com apoio das montadoras, não somente no atendimento ao profissional como também de serviços diferenciados ao caminhão. Tudo sempre dentro dos protocolos de segurança para não interromper o atendimento de manutenção e vendas de peças e veículos.
Nos primeiros meses da pandemia, além do medo e da preocupação dos motorista não faltavam solidariedade de colegas e mensagens de apoio e esperança. O autônomo Francisco de Souza Rezende, de Barra Mansa/RJ, disse ter orgulho de ser caminhoneiro. Ele lembrava os colegas que dificuldades todo mundo enfrenta, mas tudo passa e que as dificuldades ajudam as pessoas a aprender e a se superar.
A AMEAÇA AINDA ESTÁ MUITO PRESENTE
A pandemia é ainda uma terrível realidade fazendo vítimas em todo o mundo, por isso vale seguir à risca a conhecida orientação de higiene pessoal de lavar as mãos com águia e sabão e evitar tocar no rosto, boca, nariz, olhos, usar máscara e manter distância de outras pessoas, especialmente nos locais de parada. Copos, talheres, pratos, garrafas e cuias não devem ser compartilhados com terceiros. Além disso, é importante manter no caminhão produtos de higiene, como sabonete, xampu e toalhas. Tudo para reduzir o risco de infecção. Por isso é importante ter sempre em mãos um ou mais panos e álcool 70 ou desinfetante para, higienização especialmente do interior da cabine (painel, volante, câmbio, maçanetas, bancos e demais partes).