No final de 2019 a  Scania comemorou um dos melhores resultados de sua trajetória no mercado brasileiro de caminhões. Por conta disso, iniciou 2020  com a expectativa de aumentar suas vendas entre 10% e 15%. Não aconteceu, pois assim como outras fabricantes de veículos comerciais,  por conta dos efeitos da pandemia terminou  o ano com queda de licenciamentos, porém com retração  acima que a dos concorrentes: a marca encerrou 2020 com 8.690 unidades emplacadas contra 12.669 no ano anterior; 3.979 caminhões a menos de acordo com números divulgados pela Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos automotores. A queda  brusca de 31,4% se deve ao sistema de produção da fábrica de Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde os caminhões são montados sob pedidos.

Roberto Barral Scania 02

Com a paralisação da fábrica durante 37 dias no início da pandemia, e sem caminhões disponíveis em estoque nos pátios da fábrica e dos concessionários, a marca viu suas entregas despencarem. O período sem produção refletiu no resultado final de emplacamentos, com redução de 12.669 para 8.690. Foram 3.979 unidades a menos em relação ao total de modelos licenciados durante o ano de 2019.

No entanto, 2020 deixou vários resultados positivos para a companhia no Brasil, que mais uma vez se destacou como o maior mercado Scania do mundo. Os segmentos que mais compraram caminhões Scania em 2020 foram o agronegócio (grãos e insumos), indústria em geral (insumos e produtos acabados) e frigorificados para exportação.

Caminhao a gas 1

A maior venda da empresa no ano foi um lote de 300 caminhões para a transportadora Maroni e os modelos mais emplacados da marca foram o R 450, com 3.576 unidades e o R500, veículo com alta aplicação no setor agrícola, 1.672 unidades.

A Scania destaca também a entrega de caminhões para a mineração, como G 540 10×4/6 XT Heavy Tipper, com capacidade de carga para até 55 toneladas, lançado em setembro de 2020.

Outro ponto positivo citado pela empresa é o êxito obtido pelos caminhões da nova geração no quesito economia de combustível. Silvio Munhoz, diretor comercial da companhia, comemora a satisfação demonstrada pelos clientes diante de percentuais de redução de até 15% no consumo de diesel. “E agora com a chegada do Acelerador Inteligente vamos oferecer 5% a mais e atingir uma economia de até 20% em relação à geração anterior”, reforçou o executivo.

Gas 1

Economia de combustível é o que busca todo transportador, do motorista autônomo proprietário de um caminhão apenas ao grande frotista. No entanto, a Scania valoriza a redução no consumo também como um benefício maior ao meio ambiente, com menos emissões de CO2. É regra da companhia propagar sua meta de fazer a transição para um transporte sustentável com veículos mais amigáveis ao meio ambiente em todos os mercados globais  onde atua.

Levantamento da montadora tomando como base 20 mil caminhões da nova geração conectados, que percorreram 2,02 bilhões de quilômetros entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, apontou economia de 120 milhões de litros e evitou que 316 mil toneladas de CO2  fossem emitidas. Ainda sobre veículos menos poluentes, outro ponto destacado por Munhoz são as vendas de 70 caminhões movidos a gás no País e a aprovação da eficiência dos veículos em suas respectivas operações por parte dos clientes.

Um total de 10 empresas, entre transportadoras e embarcadores, já operam caminhões gás em suas frotas e há planos de novas aquisições. Além das rodovias, a opção do motor a gás  já está também no terreno fora de estrada, pois atualmente a Scania tem caminhão em demonstração na Gerdau, operando na mineração em Minas Gerais; na cana de açúcar na Usina São Martinho, e na coleta de lixo na cidade de São Paulo com a empresa TB Green.

A marca ampliou também o número de caminhões conectados no País, chegando a 38 mil no ano passado, dos quais 17 mil têm o pacote Desempenho. Esse plano permite acompanhamento do caminhão e do condutor fornecendo informações detalhadas e precisas (planejamento de serviços, diagnóstico remoto e relatório de falhas etc). O objetivo é a redução  dos custos e aumento da disponibilidade do veículo. Marcelo Montanha, diretor de serviços da Scania, acrescenta que o objetivo para 2021 é chegar aos 50 mil veículos conectados.

Também é sua meta terminar 2021 com crescimento de 26% no portfólio dos Planos de Manutenção Scania (PMS) e aumentar as vendas em 38% “ Temos de seguir crescendo e inovando cada vez mais no uso da conectividade, com ações para melhoria da condução apoiadas na tecnologia dos caminhões Scania”, acrescentou. Montanha destacou também o crescimento para 155 locais de atendimento Scania, incluindo rede de concessionários e pontos de serviço dentro de transportadores. O executivo  disse ainda que 100% das casa Scania já se encontram totalmente digitalizadas e acrescentou que em 2021 haverá mais 10 novos pontos de atendimento com a bandeira da marca.

A Scania começou 2020 com um novo ciclo de investimentos no Brasil, no valor de R$ 1,4 bilhão até 2024, e projeção de alta nas vendas de caminhões e serviços. “Ainda temos incertezas que não permitem o avanço de algumas de nossas projeções, mas nos encontramos bastante otimistas”, disse o vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil, Roberto Barral. O executivo  conta que o aporte de R$ 1,4 bilhão será destinado à modernização da fábrica, novas tecnologias, serviços e lançamentos de veículos.

Conectividade Scania 05
Scania Services, Codema Guarulhos, Scania Fleet Mangement Portughese

Sobre o mercado de caminhões, a expectativa é de crescimento de 15% em 2021. É a mesma projeção feita pela Anfavea (Associação Nacional do Fabricantes de Veículos Automotores) e o agronegócio será novamente o carro-chefe comprador de caminhões pesados. A projeção positiva se estende também a setores que no ano passado tiveram demanda crescente por caminhões, como mineração, indústria e obras de infraestrutura.

“O ano de 2020 trouxe ensinamentos para o resto da vida. Aprendemos como nunca em vários sentidos, e o mercado precisou passar por mudanças que chegariam nos próximos anos. Acreditamos na recuperação da economia e na retomada do consumo”, concluiu Barral”.