O pedágio Free Flow, autorizado recentemente em solo nacional através da Lei 14.157/2021, é um sistema de cobrança automática em rodovias, sem a necessidade de praças de pedágio tradicionais, permitindo que o motorista faça sua viagem sem interrupções. O sistema funciona de forma bastante simples, pois consiste na identificação dos veículos por meio da leitura de placas veiculares por fotos ou por tags eletrônicas, via pórticos instalados ao longo da rodovia. 

Apesar de ser uma novidade no Brasil, o free flow já é bastante utilizado em outros países, como China, Estados Unidos, Portugal e Chile.

As câmeras localizadas nas estruturas dos pórticos reconhecem a altura, a largura e o comprimento, além da quantidade de eixos rodantes e suspensos. Durante a noite e em dias com neblina, por exemplo, o free flow funciona normalmente, já que os sensores operam até mesmo em situações de baixa visibilidade.

Diego Ros Quinto, vice-presidente da Abepam (Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade) e diretor financeiro da Move Mais, explica que  um dos benefícios do pedágio free flow para frotas comerciais de veículos pesados é a economia de combustível. Isso porque, os motoristas não precisam parar completamente o veículo, encurtando também o tempo de viagem.

Com a expansão do novo sistema free flow no Brasil, essa economia se torna ainda mais significativa, pois os veículos sequer precisam reduzir a velocidade de jornada para efetuar a cobrança automática, o que ajuda a otimizar também a vida útil do sistema de freio.

“Na prática, comparando as convencionais cabines de pedágio ao sistema free flow, um caminhão pode reduzir os gastos de combustível em até R$ 5 (cerca de 800 mililitros de diesel) por praça de pedágio, apenas por não precisar desacelerar, parar e reacelerar o veículo para retomar a viagem. Essa redução na quantidade de frenagens reduz também as emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo para saúde do meio ambiente”, afirmou.

O sistema free flow como um todo tem se mostrado bastante eficiente e, como consequência, diversas concessionárias já têm sinalizado a intenção de implementar o sistema, antes mesmo de a solução se tornar obrigatória nas rodovias, por exigência contratual.

A Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) divulgou que após um mês do início da operação do primeiro pórtico do free flow nas rodovias do Rio Grande do Sul, 46% dos 187 mil veículos que passaram pelo pórtico localizado na km 108,3 da ERS-122, em Antônio Prado, na Serra Gaúcha, utilizaram tag (adesivo eletrônico colado no para-brisas), indicado como o meio mais adequado à cobrança da tarifa.       

Dos motoristas que optaram pelo pagamento por meio do aplicativo “CSG FreeFlow” ou pelo site da concessionária, 38% quitaram via Pix e 10% inseriram créditos antecipados. Apenas 3% pagaram com cartão de crédito e 2,66% usaram os totens disponíveis nas bases de atendimento para o pagamento. O cartão do vale-pedágio foi utilizado por 0,34% dos clientes. A maioria dos motoristas (57%) efetuou o pagamento no dia da passagem pelo pórtico.   

O percentual de inadimplência – que ficou em cerca de 12% – foi considerado abaixo da estimativa no início de operação. Este índice ainda deverá cair na medida em que os usuários adquiram mais conhecimento sobre a praticidade e vantagens do novo modelo.

 “Todas as expectativas foram superadas. A aceitação da tecnologia está sendo muito boa. A inadimplência é muito menor do que esperávamos na arrancada da operação. O sistema se mostrou muito simples para o nosso cliente. Temos 32,5 mil CPFs e 43 mil veículos cadastrados, o que demonstra o interesse dos motoristas nos descontos oferecidos pela plataforma, bem como a preocupação em fazer o devido pagamento da tarifa de pedágio”, avalia o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres.

Pedágio Free Flow: meio de pagamento mais seguro para o caminhoneiro

Ainda de acordo com Diego Ros Quinto, vice-presidente da Abepam, a TAG é o meio de pagamento mais seguro e rápido para os caminhoneiros evitarem qualquer tipo de preocupação. Afinal, a cobrança é feita de forma automática e o usuário pode escolher a forma de pagamento que melhor lhe atende. As tags de pagamento automático são aceitas em 100% dos pedágios do Brasil, trazendo mais agilidade e simplicidade para os motoristas e para as empresas de transporte e logística. 

O segmento empresarial é responsável por 22% de todas as tags eletrônicas habilitadas no Brasil, de acordo com levantamento realizado pela Abepam. Atualmente, são mais de 12 milhões de tags em funcionamento no país que utilizam soluções de pagamento das empresas ConectCar, Greenpass, Move Mais, Sem Parar e Veloe. 

“Já para motoristas sem tags eletrônicas, para evitar a inadimplência, será necessário realizar o pagamento posterior das tarifas a partir da placa do veículo, em até 15 dias corridos nos canais da concessionária – site, app e WhatsApp, para evitar multas. Com a expansão do free flow, os motoristas deverão estar mais atentos às modalidades de pagamento adotadas por cada uma das concessionárias em que trafegam, se atentando às tarifas e prazos de cada uma”, afirmou. 

Vale reforçar que, independentemente do meio de pagamento utilizado, o sistema free flow permite que os motoristas tenham mais agilidade e até uma economia significativa de combustível nos trajetos. Isso porque, sem as tradicionais praças de pedágio, há menos trechos com obrigatoriedade de frenagem, paradas, redução e reaceleração da velocidade, o que melhora a fluidez do trânsito nas estradas. 

O Brasil já conta hoje com aproximadamente três milhões de tags automáticas registradas para veículos comerciais. Esses motoristas já podem trafegar por 100% dos pedágios do Brasil de forma prática, ágil e segura, além da economia de combustível já comentado anteriormente. 

 São diversos benefícios exclusivos para usuários de tags de pagamento automático. Veículos que utilizam a tag eletrônica têm direito ao Desconto Básico de Tarifa (DBT) de 5%, concedido a qualquer veículo com tag de pagamento instalada que passar em um dos 85 pedágios de diversas rodovias federais (27) e estaduais (58). 

“O uso de tags de pagamento automático ainda contribui ainda para a segurança para motoristas e cargas, preocupação recorrente entre a maioria dos caminhoneiros e carreteiros. Isso porque evita que colaboradores transitarem com numerário, e ainda extingue as paradas nas praças de cobrança, eliminando questões críticas relacionadas à vulnerabilidade da frota. Os motoristas podem utilizar as tags como meio de pagamento em restaurantes e lanchonetes com sistema de drive-thru, estacionamentos, serviços de lava-rápido, postos de combustíveis e até na contratação de outros serviços, dependendo da operadora escolhida”, finalizou.