Estima-se que desde que a Lei Seca entrou em vigor em 2008, já tenham sido evitadas cerca de 41 mil mortes no trânsito até 2016. O número é resultado de um estudo do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES). Até 2008, o Brasil não possuía qualquer legislação que reprimisse o consumo de álcool na direção.
Atualmente, o álcool representa a quarta maior causa de mortes no tráfego por acidentes envolvendo veículo. Trata-se de um índice ainda alto, porém, em 2010 era apontado como a segunda causa.
O coordenador Mobilização de Médicos e Psicólogos Especialistas em Tráfego do Brasil, Alysson Coimbra de Souza Carvalho, avalia que o caráter punitivo e a tolerância zero para a alcoolemia foram fundamentais para a mudança deste cenário. Sua expectativa é que cada vez mais o álcool desapareça deste ranking triste de acidentes.
Médico especialista em Medicina do Tráfego, Alysson Coimbra destaca que a lei brasileira é exemplar, mas falta ampliar a fiscalização para se atingir metas mais agressivas de segurança viária.
Ele lembra que para reduzir ainda mais as mortes no trânsito por consumo de álcool, em abril de 2018 a Lei Seca ficou ainda mais rigorosa com a mudança no Código de Trânsito Brasileiro definindo que o motorista que dirigir bêbado e causar acidente com morte será enquadrado no crime de homicídio culposo (pena de prisão de cinco a oito anos).
“Não há o que mexer na lei, ela atende bem. O que precisamos é ampliar a fiscalização nas vias de todo o Brasil, ampliar essa ação para além do eixo Rio-São Paulo”, comenta, acrescentando que o governo precisa investir na fiscalização seja mais efetiva em todos os Estados brasileiros. “Este é o caminho para salvar ainda mais vidas”, concluiu.
Ele lembra que o Brasil é um dos poucos países que implantaram a tolerância zero para o consumo de bebidas alcoólicas, apesar de o álcool estar entre as principais causas de acidentes viários. A tolerância zero foi implantada no Brasil em dezembro de 2012.