A falta de sono mata. Parece uma afirmação sensacionalista, mas é uma verdade endossada por diversos estudos e pesquisas realizados no últimos anos, infelizmente. De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), por exemplo, cerca de 42% dos acidentes de trânsito estão relacionados à sonolência.
A pesquisa, realizada em parceria com a Academia Brasileira de Neurologia e o Conselho Regional de Medicina, com quase 500 motoristas, ainda apontou que sono e cansaço representam 50% dos acidentes de trânsito do país.
Se levarmos em conta que somente em 2018 foram registrados mais de 69 mil acidentes em rodovias federais, com 5,2 mil mortes, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), estamos diante de um problema gravíssimo.
Tecnologia
Sem dúvidas, existem fatores que não podemos controlar, como condições das estradas e meteorológicas. Mas sono e fadiga podem ser controlados, de forma eficiente e segura para todos os envolvidos.
Temos, inclusive, a Lei da Jornada de Trabalho (Lei 13.103/2015), que define regras de direção contínua e descansos. Porém, o cumprimento de todas as regras não é uma tarefa fácil, afinal como controlar o que um motorista, que saiu de São Paulo rumo à Bahia está fazendo?
Será que ele está dirigindo descansado? Está acelerando muito e colocando sua vida em risco? Por isso, a tecnologia está aí para ajudar em todos os processos, inclusive no cumprimento rigoroso da lei.
A telemetria embarcada em frotas comerciais, por exemplo, permite que gestores acompanhem, de forma online e em tempo real, o comportamento dos motoristas e, por meio de indicadores de direção, saber se estão em risco ou não.
Treinamentos
A partir da compreensão do comportamento do motorista, é fundamental treiná-lo para ter um comportamento mais seguro e, principalmente, para fazer as pausas, em conformidade com a lei.
Nesses momentos de descanso, eles podem sair do veículo e avaliar pneus, revisar as luzes, entre outras ações, pois uma pequena caminhada aumenta a circulação de sangue no cérebro e reduz a sonolência.
Transportadoras e embarcadoras também devem incentivar motoristas a fazerem exames periódicos para identificar problemas de distúrbio do sono, entre outras questões de saúde. Orientar sobre alimentação adequada também ajuda muito, pois a digestão lenta provoca sonolência.
Dessa forma, com a tecnologia e os cuidados adequados com a saúde física e mental do motorista, é possível identificar comportamentos de risco e, como consequência, prevenir acidentes e tornar as operações ainda mais seguras pelas estradas brasileiras.
* Alexandre Fagundes é Gerente de Produtos e Marketing da MiX Telematics Brasil.