O pós-vendas tem sido elemento cada dia mais necessário no setor de transporte rodoviário e essencial dependendo da operação da frota. A regra vale para toda aplicação, porém é o fator decisivo em certos tipos de negócios na opção pela aquisição de caminhões de determinada marca. Na mineração, por exemplo, onde o veículo roda 24 horas e sete dias por semana, a atividade serviço de atendimento eficiente e de qualidade é elemento chave para a parceria duradoura entre montadora e cliente.
Estimativas apontam que a mineração no Brasil tem uma demanda anual de cerca mil unidades off road. Embora pareça pequeno perto do volume de modelos rodoviários, trata-se de um nicho de mercado com grande poder atração sobre os fabricantes de veículos pesados. E quando se fala em mármore e granito, o foco se volta para o Espírito Santo, Estado com grande destaque na extração de mármores e granitos, uma referência no Brasil e exterior, onde o Mercedes-Benz Arocs tem encontrado espaço e destaque na operação.
Uma empresa desse segmento é a Cattegran Granitos do Brasil, localizada no município de Governador Linderberg, região Norte do Espírito Santo, cuja extração de blocos de granito ocorre em jazida de dentro de uma área de 25 hectares. O Estado tem grande destaque na extração de mármores e granitos. É uma referência no Brasil e exterior e tratando-se da Cattegran, empresa é a única do setor que produz com exclusividade o granito Branco Siena, um dos mais requisitados em projetos, comerciais, industriais e residenciais e seu leque de clientes reúne mais de 300 clientes.
Arocs na frota
Há cerca de cinco meses, a Cattegran começou a operar com quatro caminhões Mercedes-Benz Arocs em sua frota, pesadão fora de estrada lançado em outubro de 2021 tracionado perlo motor MB OM 460 LA de 13 litros e potência de 510cv a 1.800 rpm, torque de 2.400 Nm a 1.100 rpm e CMT de 150 toneladas. Nas palavras do CEO da Cattegran Granitos do Brasil, Renan Catelan Filho, o Arocs tem se destacado na operação, atendendo todas as expectativas. “É a melhor ferramenta já vista no mercado para a mineração“ opinou.
O executivo destacou ainda que os caminhões trabalham em uma operação bastante severa devido ao elevado peso e formato deste minério, também porque os veículos atuam em terrenos muito ingremes. A opção pelo Arocs, conforme disse Renan Filho, tem muito a ver com o suporte dado pela marca, porque a disponilidade do caminhão é tudo na sua atividade. A produção média da Cattegran tem capacidade para produzir 400 blocos/mês, os quais a indústria transorma em placas para pisos, paredes etc.
Motoristas escalados para operar o Arocs também enalteceram as diferenças em trabalhar com o pesadão 8×4. Mariano Cardoso 38 anos de idade, já havia trabalhado em extração de granito com um Mercedes-Benz Axor 3340 de câmbio manual. “A diferença é muito grande. Esse caminhão transmite segurança e conforto. Ao final do expediente parece que você não fez nada durante o dia. É uma satisfação enorme quando a gente sai de um caminhão manual para um automatizado“, relatou o motorista.
Cardoso destacou também a redução de trepidação durante o carregamento, quando as pedras são colocadas na caçamba. “O caminhão balança e dentro da cabine a gente sente as pancadas, mas agora nem tanto. Não tem comparação. Trabalho 8 horas por dia e de manhã saio de casa com alegria para vir ao trabalho”, relatou.
O também motorista, Leandro Figueiredo Alves, 39 anos e 11 na profissão, trabalhava com caminhão rodoviário antes de entrar na Cattegran há cerca de cinco meses. Ele destacou o conforto e a segurança transmitidas pelo veículo, citando também a altura do veículo. “Para mim, superou todas as expectativas que a gente espera de um caminhão. A gente não cansa, no final do dia estou ótimo”, afirmou.
Manutenção
A manutenção preditiva e preventiva, bem como a corretiva se for o caso, é de responsabilidade da Vitória Diesel, concessionária do Grupo Águia Branca encarregada pelo treinamento da equipe técnica, preparo e reparos nos veículos e a conectividade. O diretor comercial da autorizada, Alberto Nascimento, reforçou que o objetivo é não deixar nenhum dos caminhões parar por questões de manutenção. Para isso, o suporte e conceito de atendimento ao cliente é prestado por técnicos de plantão na região, caminhão oficina e peças em estoque na própria mineradora, como conjuntos prontos de embreagem e de freio entre vários outros itens.
O diretor diretor de Peças e Serviços ao Cliente da Mercedes-Benz do Brasil, Silvio Renan, destacou o serviço de acompanhamento natural a todo produto, em especial a itens como freio e sensores, entre outros para se fazer o refinamento do setup do veículo. Lembrou que introdução do Arocs no portifólio da montadora provocou o crescimento da oferta de soluções direcionadas ao atendimento vocacional para operações fora de estrada.
Silvio Renan observou ou também que a presença da Vitória Diesel na oficina da Cattegran mostra bem o compromisso da Mercedes-Benz. “Nosso objetivo é que os clientes alcancem mais disponibilidade com seus caminhões, mais produtividade e mais rentabilidade. Onde quer que eles precisem, fábrica e da rede de concessionários estarão ao seu lado para levar apoio e assistência técnica, mesmo nas condições severas off-road”, enfatizou. O atendimento inclui até óculos de realidade aumentada para o caso de haver necessidade da atuação de um técnico da fábrica, ferramenta de diagnose, telemetria FleetBoard com várias funções e gestão da manutenção etc.
Embora a marca Mercedes esteja há gerações na família de Renan Filho, pois na década de 1960 seu trabalhava com caminhões da marca em operação de madeira, sem a confiança no atendimento do serviço de pós-venda a mineradora não teria investido quase R$ 5 milhões na aquisição dos caminhões Arocs. O valor inclui a báscula meia cana (sem campo morto) construída em aço Hardox, um tipo de material mais resistente apropriado para a mineração.
Frota
A atual frota da Cattegran conta com 25 caminhões dos quais 17 são Mercedes-Benz incluindo Actros rodoviários e Axor 4144 6×4. Os quatro Arocs transportam das jazidas rochas não aproveitadas, pois 40% do granito branco siena extraído são descartados, enquanto os Axor transportam blocos de granito. Cada peça mede aproximadamente de 2,90m de comprimento por 1,90m de altura e igual medida de largura, pesando entre 30 e 32 toneladas cada um. Os Actros fazem entrega de 70% dos blocos dentro do Estado. Renan Filho adiantou que pretende adquirir mais seis Arocs até o final de 2023 e pensa também na adaptação para o transporte de blocos de granito.
O diretor de Vendas e Marketing Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Jefferson Ferrarez, acrescentou que o Arocs já entregou redução de 15 no consumo de combustível em relação aos Axor na operação na Cattegran. Houve ganhos também na velocidade média de operação passado 4 km/hora para 9 km/hora. O executivo frisou tratar-se de uma operação diferenciada, na qual os caminhões descem em cavas com profundidades de até 120 metros e sobem carregados por rampas de 35 graus de inclinação. Lembrou que desde o lançamento em outubro de 2021, mais de 200 Arocs foram licenciados no País para diferentes clientes (Cattegran, Fagundes, G3, RD Mineração e Construção e SCL entre outras).
O vice-presidente de vendas, Marketing caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Roberto Leoncini, destacou que a parte mais fácil do negócio é entregar o caminhão, mas para mantê-lo é preciso a fábrica precisa contar com a rede. “Sem esse suporte se está fadado ao fracasso, porque na mineradora tudo é muito rápido, se o caminhão ficar dois ou três dias parado, na próxima troca é provável que vão lembrar e buscar outra solução”, comentou.
O executivo complementou que o equipamento não pode falhar e para não haver falhas o ideal é trocar a peça quando atingir um certo número de horas. Destacou também a preocupação com segurança e respeito ao meio ambiente na mineração, além da cabeça voltada para a manutenção. “Na mineração o operador não quer fazer corretiva, ele quer preditiva e preventiva. É bem diferente do rodoviário, onde às vezes a gente vê que a troca acontece na hora de fazer a corretiva”, concluiu.