A quarta semana de paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal faz com que pelo menos três mil carretas formem cerca de dois quilômetros de filas no trevo de acesso ao PSU (Porto Seco Rodoviário) de Uruguaiana/RS, na fronteira do Brasil com a Argentina – com mercadorias avaliadas em US$ 75 milhões, o que resulta num prejuízo diário de US$ 200,00 por veículo, ou US$ 600 mil no total, conforme cálculo da ABTI (Associação Brasileira dos Transportadores Internacionais). De acordo com as informações, 700 caminhões estavam nos pátios e outros 800 aguardavam o ingresso no PSU, além de outros 1,5 caminhões preparados para embarque nos estacionamentos das empresas e nos postos de serviço ou às margens da BR-290.
Segundo o delegado substituto da Receita Federal, Auro Maebayashi, os auditores estariam em operação padrão. Ele afirmou que, na segunda-feira (03/05), 35 caminhões ingressaram nos pátios, enquanto 352 eram liberados, havendo um saldo de 700 veículos estacionados no Porto Seco, considerado o maior da América Latina. Maebayashi acrescentou que um novo agravante prejudica o fluxo das liberações: a entrada em vigor, desde o dia 1°, da lei federal que obriga os importadores a recolherem PIS e Cofins na nacionalização das mercadorias. Poucas cargas estariam com a documentação atualizada, promovendo atrasos ainda maiores. E, segundo o vice-presidente da delegacia do Unafisco/Uruguaiana, Davidson da Silva Oliveira, apenas metade das cargas está sendo liberada.