O impasse entre governo, agenciadores marítimos, operadores e funcionários do Porto de Paranaguá estão causando um prejuízo de US$ 15 milhões por dia à administração portuária e filas de carretas de aproximadamente 80 km de extensão ao longo do acostamento da BR-277, no Paraná. A categoria reivindica o pagamento do vencimento básico de nível superior para agente, escrivão e papiloscopista, em cumprimento à Lei 9.266/96. O ministério da Agricultura disse que espera que as dificuldades para a reestruturação das carreiras dos fiscais federais agropecuários sejam resolvidas em menos de dez dias. Segundo o presidente da Fenacam (Federação Nacional dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens, Diumar Deléo Cunha Bueno, “os grandes embarcadores enviam caminhões ao Porto de Paranaguá sabendo que os navios não podem atracar e nem há local adequado para armazenar a carga. Com isso, os empresários evitam as despesas de armazenagem e despejam o prejuízo de espera aos caminhoneiros”. Para José Araújo China, presidente da União dos Caminhoneiros (Unicam), “o que está se travando no Porto é uma briga que eu não quero me intrometer, apesar de reconhecer que os motoristas tem recebido o apoio do superintendente do Porto, Eduardo Requião, para o pagamento da diária aos motoristas”. Ele também elogiou o governo que está oferecendo água, alimentação e condições de higiene aos carreteiros. Para os profissionais do volante esta oportunidade é única para se estabelecer normas definitivas de preço e contagem da estadia para todas as safras. O governo do Paraná determinou a abertura de inquérito para enquadrar os responsáveis pela paralisação nos artigos 201 (crime contra a organização do trabalho) e 286 (conduta de incitação à prática de crime) do Código Penal Brasileiro, além de uma análise sobre possível formação de quadrilha.