A recente resolução do CONTRAN (Conselho Nacional do Transito) que reduziu a exigência de acuidade visual de 60% para 50% e do campo visual para 120 graus no exame da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) equipara o Brasil a outros países, mas exige acompanhamento médico periódico para manter a segurança no trânsito. O alerta é do oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego).
Ele afirma que no Brasil a maioria das pessoas só faz exame de vista quando vai renovar a CNH e em 5 anos podem ocorrer grandes mudanças nos olhos. \”A nova regra mantém em atividade motoristas profissionais que seriam excluídos da profissão e portadores de glaucoma em processo inicial da doença\”. O médico ressalta que um estudo conduzido por ele durante 3 anos com 81 portadores de glaucoma, 57% desperdiçou o colírio e por isso fez uso descontínuo do medicamento. O resultado, em 3 anos, foi que a perda de campo visual aumentou. Além das consultas periódicas, ele ressalta que o uso de lentes que melhoram a visão funcional é essencial para manter a segurança no trânsito. Ele orienta também que a leitura das letras na Carta de Snellen e a lanterna utilizada para medir o ofuscamento no exame de habilitação não garantem que o motorista tenha boa visão funcional.