Levantamento feito pela Associação Nacional dos Transportes de Carga & Logística (NTC&Logística) indica que 42,7% dos empresários do ramo apontam a falta de pessoal qualificado como a maior preocupação do setor. A pesquisa realizada no ano de 2010 contou com a participação de 400 associados.
Além disso, a análise mostra ainda que acesso a capital para investimento, condições das estradas e falta de equipamentos são outras dificuldades encontradas pelas companhias de logística. Flávio Benatti, presidente da NTC, declara que “Todos os setores estão tendo problema com falta de mão de obra qualificada, e com a gente não é diferente”. Benatti relata também que conhecimento sobre veículos de maior porte e que contam com muita tecnologia embarcada também é um obstáculo para a contratação de novos carreteiros.
Os veículos passaram por modificações nos últimos 10 a 15 anos e começaram a contar com equipamentos sofisticados como freio eletrônico e sistemas de leitura, que ajudam a economizar combustível e aumentar a durabilidade do veículo. Mas sem um funcionário capacitado, a tecnologia acaba sendo desperdiçada. \”O empresário paga, mas não aufere a tecnologia\”, diz Benatti.
Com 1,3 milhões de caminhões em circulação no Brasil, Benatti calcula que existem 1,6 milhão de motoristas em atividade. Se houver um déficit inferior a 10% na mão de obra, o Brasil já precisará de cerca de 120 mil novos motoristas. \”Falta interesse do jovem para seguir a profissão de caminhoneiro. O caminhão hoje é tratado como o vilão do trânsito e das estradas\”, diz. Ele não descarta a necessidade de uma campanha sobre o assunto, o que já é discutido também na Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Fonte: Valor Econômico