O chefe da divisão de Trânsito do Daer (Departamento Estadual de Estradas de Rodagens), do Rio Grande do Sul, Emir José Masiero, informa que neste verão foram emitidas 13.398 multas a motoristas estrangeiros em estradas gaúchas e que, teoricamente, significariam o ingresso de R$ 2,4 milhões nos cofres públicos. Na prática, esses valores deixaram de ser cobrados devido à falta de estrutura para assegurar os pagamentos das infrações pelos motoristas – 95% deles argentinos. Segundo Emir Masiero, o Código de Trânsito Brasileiro diz que nenhum veículo pode deixar o País sem quitação prévia dos débitos, mas não fica claro de quem é a responsabilidade. Seria necessário um acordo com o Ministério da Justiça e com os países vizinhos, mas é difícil porque as legislações são diferentes. Lembra que a maioria das multas – cerca de 90% – não são pagas. “Elas só são pagas se o turista tem boa vontade ou se é parado nas fronteiras”. E acrescenta: “nós fazemos a nossa parte, emitindo as multas, mas quem deveria cobrar era a Secretaria da Fazenda. Só eles têm esse poder. É uma questão de vontade de agilizar as coisas”.