Entre modelos elétricos, a gás e autônomos, a Volvo marcou sua participação no maior salão de veículos comerciais do mundo com veículos comerciais que estarão nas ruas e estradas a partir de 2019. As novidades levam em conta as questões ambientais com soluções que proporcionam baixas emissões e facilitem o convívio nos congestionamentos que deverão ser cada vez mais comuns, uma vez que a necessidade por transporte continuará aumentando nas diferentes partes do mundo na próxima década.

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Modelo FL para entrega urbana, movido a eletricidade, silencioso e sem emissões, já é um produto concluído da marca

O presidente mundial da Volvo Trucks, Claes Nilsson, disse que o sistema de transporte que a empresa apresentou o IAA pode ser um importante complemento para as soluções atuais e ajudará a enfrentar muitos dos desafios vividos pela sociedade. O sistema proposto pela empresa, para daqui alguns anos, inclui veículos autônomos sem emissões de gases ou de ruídos, utilizando a infraestrutura rodoviária e as carretas e cavalos mecânicos já existentes.

O vice-presidente de soluções autônomas da Volvo Trucks, Mikael Karlsson, explicou que pelo sistema proposto a operação é realizada por veículos autônomos vinculados a um serviço de dados em nuvem e a uma central de controle de transportes. “Os veículos são equipados com sofisticados sistemas de direção autônoma, capazes de localizar a posição da composição com precisão de centímetros, monitorar de forma detalhada o comportamento dos outros veículos e responder com alta precisão de direção”, acrescentou.

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O Vera é o protótipo de um cavalo mecânico autônomo e sem cabine, movido a bateria elétrica, apresentado pela Volvo

Exceto o modelo comemorativo aos 25 anos do pesado FH, nenhum outro caminhão exposto no estande da marca tinha motor a combustão.

Em 2017, a montadora sueca introduziu na Europa modelos das linhas FM e FH a gás natural liquefeito (LNG) ou biogás. De acordo com a empresa, os veículos atendem plenamente a legislação Euro 6 de emissões na região operando no transporte regional e de longa distância, com o mesmo desempenho, consumo de combustível e autonomia dos modelos equipados com motor a diesel.  Os veículos são disponíveis nas opções de 309 ou 338 kW (420 ou 460cv de potência, respectivamente), são  caminhões com emissões entre 20 e 100% mais baixas.

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Além dos modelos movidos a gás, expostos no IAA, a Volvo destacou o caminhão FL (para 6 toneladas) e o FE Eletric, ambos com tração elétrica e transmissão de duas velocidades para uso urbano e em operações de coleta de lixo. Os dois modelos foram introduzidos no decorrer de 2018 e começam a ser comercializados ano que vem no mercado europeu. Sem emissões e silenciosos, estes caminhões são adequados para operar em terminais, transporte em áreas urbanas com limitações de emissões e até dentro de instalações.

Com tecnologia baseada em soluções usadas nos ônibus eletrificados da marca, dos quais a empresa já comercializou mais de 4.000 unidades, os caminhões FL e FE têm capacidade de 16 a 27 toneladas e autonomia de até 300 quilômetros, dependendo da carga. “Sem ruído, vibrações e emissões, esses veículos melhoram significativamente o ambiente de trabalho do motorista”, disse o presidente da Volvo Trucks, Claes Nilsson. O executivo reforçou que a eletromobilidade está alinhada com o compromisso de longo prazo da companhia com o desenvolvimento urbano sustentável e emissões zero.

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Caminhão pesado movido a gás natural é uma das alternativas da Volvo para substituir o óleo diesel nas rodovias

Alan Holzmann, diretor de pla­nejamento estratégico produtos Volvo Brasil, destacou que o Brasil possui um cenário favorável para a energia elétrica, inclusive vocação para produzir energia renovável.  Ele reforça ainda que os setores potenciais para caminhões elétricos no Brasil  estão na distribuição urbana, mineração, coleta de resíduos e cana-de-açúcar, setor por onde a Volvo já tem sete unidades autônomas em operação.

CAVALO MECÂNICO SEM CABINE

Ele é estranho e, assim como o significado do seu nome em latim “verdade”, ele existe. Estamos falando do Vera, um protótipo de cavalo-mecânico que representa o nível 5 da automação, o mais avançado para a operação de veículos autônomos em vias públicas. Com peso parecido ao de um caminhão convencional, esse veículo futurístico é movido a bateria de 260 kW (cerca de 350cv) e autonomia de apenas 100 quilômetros.

Embora não se saiba ainda quando um projeto deste tipo deverá entrar em operação, os engenheiros da Volvo Trucks dizem que a ideia é que o Vera comece por espaços confinados, como tem sido com outros veículos autônomos que já trabalham em mineração, por exemplo. Mas isso não descarta a expectativa de que no futuro esse curioso veículo venha trafegar de modo autônomo por rodovias.

FH,  A ESPINHA DORSAL 

O lançamento do FH, em 1993, marcou o início de uma era de muito sucesso para a Volvo Trucks. As palavras são do presidente mundial do grupo, Claes Nilsson, executivo que vê o modelo como a espinha dorsal da marca quando se trata de imagem. Ele lembra que o “audacioso” lançamento ocorreu num momento certo, no final de um momento de recessão, pois a empresa passou a ter o produto mais atraente quando a economia e o mercado de transportes voltaram a subir na Europa.

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Volvo FH comemorativo aos 25 anos do modelo, foi um dos destaques da marca no IAA

Pelos números da Volvo, nos 25 anos que se passaram desde o lançamento, foram produzidas um milhão de unidades, sendo que  primeira, comemorativa, foi entregue oficialmente durante o IAA um a um cliente da marca. Nilsson lembrou que a primeira versão foi baseada em um novo chassi, cujo desenho facilitou soluções flexíveis para diferentes tipos de transportes. “Tudo tinha um foco claro nos negócios, incluindo a aerodinâmica que previa a economia de combustível, o sistema de tração inovador e o freio motor Volvo Engine Brake”, detalhou.

O FH começou a ser importado para o mercado brasileiro em 1994. O modelo era equipado com motor de 12 litros e transmissão mecânica (a primeira geração da caixa I-Shift foi lançada no início dos anos 2000) e se destacou por ter sido também o primeiro modelo da marca com cabine avançada no País. Na ocasião, a Volvo contava somente com a linha NL, formada por caminhões com capô, numa época em que os transportadores brasileiros já se encontravam migrando para os modelos cara chata para ganhar espaço na plataforma de carga. Na Europa, o modelo é o único que já recebeu três vezes o título de “Caminhão do Ano”, em 1994, 2000 e 2014.