Rodando com o Scania L111 S pelos 367 km de nosso percurso de teste, pudemos observar, entre outras coisas, que ele é bastante confortável: os botões de comando são de acesso fácil, o isolamento térmico é bom, o nível de ruído é satisfatório (você pode ouvir rádio sem que o barulho de fora atrapalhe); o câmbio, sincronizado, permite bons engates. A direção hidráulica -opcional-também facilita o trabalho do motorista, e a cama é muito boa. Uma coisa que poderia melhorar nesse caminhão é a sua visibilidade, que podia ser bem mais ampla: o vidro do para-brisa é pequeno, fato esse que é acentuado pelo focinho do 111, que ocupa espaço de visão através do vidro. Vale dizer que os novos Scania da chamada linha T, que serão lançados brevemente no Brasil, terão vidros e para-brisas bem menores.
Apesar de estar durante o teste carregado com 40 mil quilos brutos, o L111S mostrou muita força e não sentiu dificuldades em subidas de serra. Em trechos de tráfego rápido ele conseguiu manter tranquilamente os 80km/h. Detalhe importante: mesmo em condições bem variadas – subida e descida de serra – a pressão do óleo e a temperatura da água mantiveram-se sempre em níveis normais, mesmo quando o “martelo” (acelerador) atolava na tábua durante muito tempo.
O nosso L111S estava equipado com turbina opcional, de fábrica. Por falar nisso, a Scania tem uma informação interessante sobre a utilidade da turbina: segundo estudos realizados há pouco tempo pela fábrica, se o carreteiro equipar o bruto com a turbina opcional e rodar com ele 20 000 km por mês, em apenas quatro meses o preço da turbina já vai estar pago pela economia que ela produz durante as viagens. Em outras palavras, a turbina paga a si própria em apenas quatro meses de trabalho. Outra maneira, segundo a Scania, de “pagar” o preço da turbina é rodar 15 000 km por mês durante dez meses.
CONSUMO DO L 111 S
Nosso teste é feito em diversos tipos de estrada, separados por trechos (veja tabela Viagem): subida e descida de serra, trechos planos com muito e pouco tráfego, etc. Isso para que o percurso do teste fique o mais parecido possível com as viagens dos colegas.
Nosso Trecho 1 é constituído por descida de serra com tráfego leve (via Anchieta) e estrada plana no nível do mar, com tráfego pesado e piso ruim (via Pedro Taques). O Trecho 2 tem subida suave com pequeno desnível, tráfego leve e piso regular (ligação Peruíbe, BR-116). O Trecho 3 consiste em tráfego intenso, mas rápido, e piso em bom estado. Trecho 4 consta de serra braba com grande desnível, tráfego pesado, piso em bom estado (serra da banana). Finalmente o Trecho 5, que é constituído de tráfego pesado, muito aclive e declive, piso em bom estado (BR-116).
O nosso Scania L111 S apresentou bom consumo durante o teste: 1,98 km/l. a uma velocidade média de 54,77 km/h. A melhor marca de consumo aconteceu no nosso trecho 1: 2,48km/l (velocidade média de 62,75 km/h). O maior consumo foi no trecho4, nos 31 quilômetros da famosa subida da serra da Banana (entre Miracatu e Juquitiba/SP): 0,85 km/l, a uma velocidade média de 31,00 km/h.
Conheça esse bruto
O bruto que testamos estava equipado com motor DS11 – turbinado opcional- com potência de 296 cv a 2 200rp. Sua cilindrada é de 11 020cc com seis cilindros em linha. O motor é de injeção direta (bomba injetora de fabricação Scania) e o câmbio é dez marchas, sendo cinco básicas, que se multiplicam mediante o acionamento do botão de alavanca de câmbio.