O mês de fevereiro começa com aumento do diesel de 5,31%. A notícia é do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que informou que a partir de 1º de fevereiro a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS subirá de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro.
É importante ressaltar que a decisão de aumento nas bombas é o do posto de combustível. Porém, a lógica de mercado diz que se o estabelecimento tem um aumento de custo, provavelmente deve repassar.
Em 2024, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o aumento do diesel ficou na faixa de R$0,15 por litro, ou 2,5%. O combustível fechou o ano com preço médio de R$6,13 por litro.
Para Vitor Sabag, especialista em combustível do Gasola, empresa de solução multifuncional que automatiza a gestão de abastecimento, alguns pontos devem influenciar na variação do preço do combustível. Entre eles o cenário de políticas internas e externas, que fez o dólar – moeda na qual são negociados os valores – bater recordes de coração.

Aumento do diesel: política de preço e importação são fatores importantes

Outro fator importante, destacado por Sabag, é a política de preço da Petrobras. Segundo ele, o Brasil, por não ser autossuficiente na produção de diesel, depende da importação do produto – cerca de 30%-, torna o mercado mais sensível à variação do dólar, que pode ser afetado por diversos cenários como conflitos internacionais e políticas econômicas. “Algumas regiões como o Nordeste dependem mais da importação e portanto sofre mais impacto com essa variação do dólar”, explicou.
Por esses motivos, Sabag acredita que 2025 deve ser um ano desafiador para o caminhoneiro e também para o transportador por conta da falta de previsibilidade dos reajustes. Existe a possibilidade de mais aumento durante o ano justamente por conta da defasagem de valores cobrados no Brasil quando comparado ao mercado internacional. 

“O combustível representa entre 30 e 40% do valor operacional. A instabilidade e a incerteza em relação aos preços podem impactar em uma possível decisão de investimento já que fica difícil precificar o valor do frete frente a essa variação de valores e isso pode afetar o mercado de transporte”, opinou.
Para tentar minimizar os impactos da variação dos preços dos combustíveis no faturamento final do pequeno ou grande transportador é extremamente necessário o planejamento.
“Para o caminhoneiro autônomo a dica é monitorar preço. E isso pode ser feito durante as viagens ou consultas. Assim ele pode fazer o comparativo conforme as rotas e regiões e focar o abastecimento nos locais com preços mais competitivos. Afinal, vinte centavos a menos por litro faz diferença no final do mês. Mas sempre é bom estar atento a preços muito atrativos por conta da qualidade e volumetria do diesel. E, por fim, nunca deixar para abastecer quando o caminhão estiver na reserva”, destacou.