Para atuar legalmente como caminhoneiro autônomo, e sem vínculo empregatício, o carreteiro deve fazer alguns investimentos, atender algumas obrigações fiscais e assumir alguns custos. Mas , afinal, quanto custa ser caminhoneiro autônomo? Analisar todas as obrigações que envolve ser um autônomo é o primeiro passo para ter sucesso na profissão.

INVESTIMENTO 

Toda profissão começa com investimento. E, no caso do caminhoneiro autônomo não é diferente. A primeira coisa é tirar a habilitação categoria D ou E (dependendo do tipo de transporte a ser realizado). Em seguida é preciso pesquisar se o segmento de atuação exige algum tipo de curso. Como por exemplo, transporte de produtos perigosos, que exige do caminhoneiro o curso MOPP – Movimentação Operacional de Produtos Perigosos.

OBRIGAÇÕES FISCAIS CAMINHONEIRO AUTÔNOMO

Quando o caminhoneiro opta pelo regime CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) boa parte dos custos operacionais ficam por conta da empresa e já são descontados diretamente no holerite. Obrigações como INSS e FGTS, férias, 13º salário e outros benefícios garantidos pela CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) são recolhidos pelo seu empregador.

O interessado deve procurar a prefeitura da cidade em que atua para se informar sobre o ISS (Imposto Sobre Serviços) – também conhecido como ISSQN. Em alguns municípios o motorista autônomo está isento do pagamento de ISS, ficando o recolhimento desta taxa no ato do pagamento do frete sob responsabilidade da empresa que o contratou.

O pagamento deste imposto deve ser feito em casos de prestação de serviço de estritamente municipal. E o valor será cobrado conforme o preço total do serviço.

Outra preocupação que o motorista deve ter é alterar sua situação cadastral no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), pois sendo autônomo ele passa a se reportar à Previdência Social como Contribuinte Individual.

Outro importante tributo é o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte). Todos os pagamentos efetuados ao mesmo profissional no mês devem ser somados para verificação do limite da tabela do Imposto de Renda.

Portanto, quando o carreteiro passa a ser o seu próprio patrão, a coisa muda, pois além de organizar seu orçamento, para conseguir honrar todos os compromissos, tem de ficar atento para manter em dia o pagamento das taxas.

INSCRIÇÃO NO RNTRC

Para quem deseja ser autônomo, o primeiro passo é obter a inscrição do RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas) na modalidade TAC (Transportador Autônomo de Carga). Lembrando que para obter o registro nesta categoria é preciso ter ao menos três anos de experiência na atividade, ou realizado algum curso de capacitação na área, além de comprovar ser dono de ao menos um caminhão registrado em seu nome.

No site da ANTT você pode encontrar mais detalhes sobre o registro.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Para ter total controle do pagamento destas contribuições e taxas, é importante que a contratação do autônomo seja feita mediante um contrato de prestação de serviço, que trate das responsabilidades, regras e – principalmente – exclua qualquer condição que possa caracterizar a condição de vínculo empregatício” entre a contratante e o contratado. Além disso, é preciso que seja gerado também o RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo ou o Recibo de Prestação de Serviço), documento criado no ato do pagamento pelos serviços prestados, visando a comprovar e destacar as taxas recolhidas.

DESPESAS CAMINHÃO

O autônomo tem que ter em mente as despesas geradas pelo caminhão para poder negociar um bom frete e não ter prejuízo. Entre as despesas a serem consideradas podemos citar:

  • Parcela do financiamento
  • Seguro do caminhão
  • IPVA, Licenciamento, DPVAT
  • Manutenção preventiva
  • Gastos com pneus
  • Diesel
  • Paradas para alimentação e descanso

CURSOS E TREINAMENTO

Atualmente o mercado exige motoristas cada vez mais profissionais. Se manter atualizado e especializado faz diferença na hora de negociar um frete e ser a primeira opção de escolha de transportadores e embarcadores. Existem hoje diversas opções remotas para realização de cursos. Não basta apenas ser um motorista habilitado e com experiência, é preciso ser um profissional atualizado e capaz de garantir  para a empresa resultados qualitativos e quantitativos efetivos, contínuos e duradouros.  Dirigir com segurança, produtividade e baixo custo operacional é fundamental e é exigência mínima do mercado de trabalho.

VERBA PARA ATUALIZAÇÃO DO CAMINHÃO

O caminhão é a ferramenta principal de trabalho do caminhoneiro autônomo. Portanto, é de extrema importância que o profissional reserva um valor para deixar a manutenção do veículo em dia. A prática ajuda no valor de venda e contribui para que o caminhoneiro consiga atualizar o caminhão e, como consequência estar sempre competitivo no mercado. Alguns transportadores e embarcadores verificam a idade do caminhão na hora de negociar um frete.

OUTROS CUSTOS

Quando o motorista deixa de trabalhar com carteira de trabalho assinada, também fazem parte de sua planilha de custos gastos com convênio médico, contador, telefone, alimentação. É importante que o motorista compute todos os custos e entenda que é o único responsável pelo sucesso do seu negócio. Tendo consciência de todas as suas obrigações fiscais e financeiras, o autônomo pode negociar o frete de maneira mais eficaz, porque antes mesmo de realizar o transporte ele tem ideia dos seus custos.

Saiba mais como se planejar para se tornar um caminhoneiro autônomo 

https://www.ocarreteiro.com.br/14-como-se-planejar-para-se-tornar-caminhoneiro-autonomo/