A distância tecnológica existente entre os caminhões de 50 anos atrás e os produzidos atualmente remetem a uma viagem no tempo, uma jornada de avanços, entre os quais alguns jamais imaginados por motoristas e demais profissionais do setor de décadas atrás.

A exemplo de outros setores, a indústria de caminhões dos anos 70 evoluiu para oferecer produtos mais modernos e eficientes, sobretudo para suprir as necessidades do setor de transporte rodoviário de cargas em constante crescimento.

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No caso específico da indústria de veículos pesados houve um grande salto de tecnologia nas últimas cinco décadas, saindo do caminhão “pau pra toda obra” e com fama e características de bruto, para veículos de carga mais eficientes nos quesitos conforto, segurança, potência, desempenho e eficiência.

Muita gente ainda se lembra que caminhões sem direção sem hidráulica (queixo duro), caixa de transmissão sem anéis sincronizadores (caixa seca), barulhentos e desconfortáveis eram condições normais no passado.

Da mesma forma ar-condicionado (e com regulagem de temperatura), espaço na cabine e camas confortáveis, entre outros itens de conforto e segurança para o motorista, hoje mandatórios ou exigidos por lei, não existiam e muitos chegaram a itens ser opcionais quando surgiram.

Hoje, todo caminhão já sai de fábrica com freio ABS (sigla em inglês de Antilock Braking System, sistema antitravamento de freio, sistema como o próprio nome diz, evita o travamento das rodas durante as frenagens.

Obrigatório na Europa desde 1991 só passou a ser exigido no Brasil para caminhões e ônibus somente a partir de resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) há menos de 10 anos.

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A busca por eficiência levou a indústria de caminhões a produzir veículos mais específicos, seguros e confortáveis para diferentes aplicações

O sistema conta com um sensor instalado em cada roda para fazer a leitura individual da velocidade e informar uma central eletrônica do caminhão e como a maioria dos carreteiros sabe, foi um avanço importante para salvar vidas.

O sistema aciona as válvulas reguladoras dos cilindros de freio e com atuação nos tambores de freio, adequa a rotação das rodas, melhora a aderência e evita o travamento, mantendo a estabilidade e a dirigibilidade do veículo. Sua adoção na Europa reduziu em cerca de 60% o número de acidentes com vítimas em rodovias.

No Brasil não tem conhecimento de um levantamento exclusivo em relação a ocorrências com caminhões, mas é incontestável que sua ação em conjunto com airbag e o cinto de segurança já salvou muitas vidas em acidentes nas estradas.

Aliado com outras tecnologias, a eletrônica embarcada provocou uma mudança total nos caminhões, permitindo a oferta de motores mais potentes com menos com consumo de combustível; aprimorou a previsibilidade de manutenção, reduzindo de modo significativo as quebras; teve implementado diferentes formas de comunicação do motorista e mais recentemente passou a disponibilizar tecnologias mais sofisticadas para se obter maior segurança e desempenho.

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Das tecnologias presentes atualmente, o computador de bordo passou a ser um eficiente parceiro de viagem do carreteiro com diversas informações sobre o veículo e a condução. Do mesmo modo, a transmissão automatizada também facilitou a vida do profissional do volante. Totalmente integrada aos caminhões extrapesados, em boa parte dos semipesados e já disponibilizada em modelos de linhas mais leves.

Desde 2020, já rodam no Brasil modelos com transmissão que faz leitura do relevo da estrada, salva as informações para ajustar a velocidade do caminhão ao relevo da estrada.  Com o computador de bordo, a transmissão automatizada e o volante multifunções, dirigir caminhão ganhou nova conotação.

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Interior da cabine com pacote Robust inlcui ar-condicionado, bancos com forração em corino

Além dos avanços aplicados aos caminhões, outras tecnologias tornaram as viagens mais seguras para o motorista e a carga. O sistema de rastreamento, por exemplo, há anos tem se fortalecido ao ponto de se tornar uma ferramenta comum à maioria das empresas de transporte.

Também ganharam espaço no setor sistemas de roteirização, pois permitem o planejamento de rotas e evitam o trânsito do caminhão por locais considerados perigosos, em más condições, e também mais longas, pedágios etc. São recursos utilizados em quase sua totalidade por transportadoras.

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Mais recentemente, algumas tecnologias disponíveis há alguns anos, como leitores de faixa que avisam o motorista se o caminhão estiver saindo da pista; sensores que freiam automaticamente o caminhão evitando colisão, sistemas que ajudam o motorista a dirigir de forma mais econômica e eficiente, entre várias outras, já marcam presença nos modelos atuais.

As tecnologias aplicadas caminhões seguem em ritmo rápido e trazem soluções cada vez mais eficientes. Também já roda no Brasil, como é sabido, caminhão com inteligência artificial que troca mensagens com as bases, identifica veículos e objetos na laterais e câmeras que substituem os espelhos retrovisores e proporcionando ao motorista maior visibilidade inclusive em manobras de marcha à ré e visibilidade de pontos cegos do veículo.

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É o primeiro, e ainda o único cavalo mecânico produzido e vendido no mercado brasileiro com mirrorcam (câmeras no lugar de espelhos retrovisores)

 

RODAPE