O anuncio de mais um aumento no preço do diesel, feito pela Petrobras no dia 17 de junho, caiu como uma bomba para os caminhoneiros e transportadores. O motivo é simples, o último reajuste havia sido realizado há 39 dias. O novo reajuste é de 14,26% o que, na prática significa uma variação de R$ 0,63 no preço. A média do preço do diesel para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. Já nos postos o caminhoneiro pagará em média R$ 5,05 por litro – considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel e 10% biodiesel. Até o momento, a média do preço do diesel nos postos era de R$ 4,42. 

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), por meio de seu Departamento de Custos Operacionais (DECOPE), afirmou que o  novo reajuste de 14,26% acarretará a necessidade de reajuste adicional de no mínimo 5,0% no valor do frete, em caráter emergencial. Segundo a associação, no acumulado do ano houve variação média de 28,93% na bomba e nos últimos 12 meses (jun-21 contra jul-22) uma média de 52,69%.

Saiba como reduzir o consumo de diesel

Muitos autônomos afirmam que o reajuste no frete não está sendo repassado para eles tornando o dia a dia na estrada cada vez mais difícil. 

Ainda considerando os últimos 12 meses, os insumos do transporte rodoviário de cargas, vem sofrendo grande pressão, os fornecedores das empresas de transporte, estão ajustando os seus custos de produção e, consequentemente repassando essas pressões para os transportadores. O cavalo mecânico, por exemplo teve seus preços reajustados em média 31,02%, semirreboque
32,55%, pneus 14,81% e por fim o acordo sindical da convenção coletiva dos trabalhadores do Transporte vêm fechando os acordos entre 10,0% a 12,47%. 

Para reduzir o preço do diesel o governo está propondo incluir um auxílio para os caminhoneiros dentro da PEC dos Combustíveis. Entre os destaques dessa manobra estaria um benefício de R$ 300,00 para a categoria de transporte. 

Alta do preço do diesel compromete o futuro do combustível?

Devido ao alto preço para quem transporta no Brasil, o diesel é visto como um combustível que deve ser substituído, por outros alternativos, a curto e médios prazos nos caminhões de distribuição urbana e a longo prazo nos modelos rodoviários.

Por conta disso, fabricantes de caminhões de todo o mundo, tanto os tradicionais quanto os que surgiram nos últimos anos, trabalham constantemente para colocar no mercado veículos que utilizam outras formas de energia, inclusive sem emissões de CO2. 

Apesar de ser uma fonte de recurso teoricamente limitada, que um dia pode acabar, o diesel é, de longe, o principal combustível que move a frota mundial de transporte de carga e passageiros por ruas e estradas.

Alta do preço do diesel provoca busca pela redução de consumo

O engenheiro Antonio Lauro Valdivia Neto, profissional especializado em transporte, explica que o diesel representa nas operações rodoviárias entre 30% e 40% considerando todos os custos diretos, administrativos e impostos.

No caso das transportadoras, o tamanho da frota não tem influência, mas o tipo de operação sim, diz o engenheiro, acrescentando que o combustível lidera os custos com a mão de obra. “Nas operações em que se roda muito o diesel lidera, mas quando se roda pouco o combustível pode ficar em segundo lugar”.

O controle é o principal elemento que contribui para a redução do consumo de combustível. Sem ele não há como diminuir. Neste quesito, Lauro Valdivia explica que é importante saber com precisão qual é a média de consumo do caminhão para se atuar na redução. “Sem controle não se sabe qual a média de consumo e se as ações estão ou não causando efeito positivo”, diz.

No mais, a redução passa pela forma de dirigir, na qualidade da manutenção, do combustível e até a calibragem dos pneus tem influência. “Motoristas que trocam a marcha no momento correto acabam freando menos, pois utilizam mais o freio motor. Por outro lado, manter o motor bem regulado, pneus calibrados e troca de óleo em dia também contam muito”. 

O modo de dirigir o caminhão é o fator que mais impacta no consumo, podendo chegar a uma diferença de 20%.